Capítulo XIII

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Tweek P.O.V

Imagine que esta tendo um ataque cardíaco, seu coração pulsando a todo vapor como se estivesse prestes a explodir, você procura por algo no qual se segurar para não cair, entretanto não há nada ali. Não há uma mão em sua direção, nenhuma voz a te consolar, apensar um abismo vazio, solitário no qual sua voz ecoa em repetidas súplicas de ajuda.

Muitas pessoas diriam que sou extremista em fugir desta maneira de meus problemas, o fato é que tenho feito isto a tanto tempo que não aprendi a me defender. Pedalei o mais rápido que pude para casa, a face daquele homem preenchia a lacuna das minhas lembrança como se derrubassem tinta a óleo num quadro em branco.

A bicicleta deu um solavanco a subir a calçada, no chão o meu joelho ardia, mas não tanto quanto as lágrimas que corriam por meu rosto. Me ergui indo até a porta de casa e a trancando atrás das minhas costas, eram quase oito horas da noite porém o local ainda permanecia um breu.

- Mãe? - Gritei no pé da escada sem resposta. - Já esta tarde, eles deveriam estar em casa.

Pego meu celular discando seu numero, o que de violino soou da cozinha me fazendo andar na direção do som. O local estava vazio, as gavetas se encontravam no chão e todos o conteúdo dos armários espalhado pelos balcões ou mesa, me aproximei do celular na pia vendo minha foto na tela.

- MÃE! - Peguei a faca de carnes do papai correndo na direção do segundo andar.

Passei a mão em todos os interruptores dos cômodos por onde passei, mas não havia sinal deles, apenas uma bagunça ainda maior do que geralmente deixávamos. Roupas espalhadas pelos corredores, os espelhos e portas quebradas como se alguém estivesse procurando por algo.

Parei por alguns segundos observando a escada que levava ao sótão aberta, fazia muito tempo que meu pai havia lacrado o acesso por conta do meu medo de gnomos, me lembro do dia em que roubou os gnomos de jardim dos vizinhos, os quebrou e jogou dentro de um baú que trancafiou no sótão.

- QUE PORRA! - Reclamei agarrando o primeiro degrau, subindo aos poucos.

Pé direito, mão esquerda, respira, mão direita, pé esquerdo. Apenas continue subindo Tweek, não há nada para temer, você tem uma faca maior que seu antebraço, se algo aparecer você apenas apunhala.

Botei a cabeça para dentro do cômodo escuro, passando os olhos por cada canto, apenas caixas de papelão criavam uma barreira impedindo a luz da claraboia de adentrar o local. Assim como no dia em que esperei Craig do lado de fora da floricultura, um tremor percorreu minha espinha.

A mesma sensação de semanas atras, o som da respiração no breu, tão vazio quanto o resto da casa. Eu podia sentir algo ali, apesar de não poder vê-lo, sua presença era inegável.

"Tweek, você não pode lutar contra um fantasma com uma faca".

Alguém puxou meu pé me derrubando da escada, um homem alto de pelo menos dois e oitenta. Suas mãos vieram em direção ao meu pescoço, rolei para o lado agarrando a faca que durante a queda caíra longe do meu corpo. Porém me forçou a colar o rosto no chão arrastando-me pelo carpete em direção a meu quarto, debati as pernas o máximo que pude contra a figura de cabelos ruivos.

Chutei seu estomago enquanto virava meu corpo para acerta-lo, porém a faca passou por seu corpo sem feri-lo. Aquela pessoa não era humana.

- O que você quer de mim porra?! - Gritei correndo em direção ao andar inferior da casa.

A luz do corredor começou a oscilar, deixando que apenas a silhueta fosse iluminada entre os flashes. "Respire fundo, você precisa sair daqui, ninguém irá te ajudar agora", pensei tentando me acalmar para conseguir escapar.

Amor com Falhas (CREEK)Onde histórias criam vida. Descubra agora