Capítulo IV

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Craig P.O.V

Voltamos para a base no dia seguinte depois que precisei dormir na casa do Tweek para que nenhum gnomo o pegasse, ou pelo menos para ele não ter medo de que isto acontecesse. 

Eric parecia arisco enquanto jurava que não sabia sobre os poderes da casa, também pareceu tão surpreso quanto o resto do grupo ao ver que os novos donos da casa a abriram para visitação como um ponto mal assombrado de South Park. Não havia nenhum adulto sem sã consciência nessa cidade? 

Parados em frente a casa, toda a turma observava a maneira como diferentemente da noite passada, lâmpadas iluminavam o portão. Haviam dezenas de teias de aranhas falsas e toda a decoração foi mudada para parecer ainda mais assombrosa do que antes. 

-Puta merda! - Gritou Cartman vendo um laudo "Casa Assombrada" assinado falsamente por nossa agência, abaixo havia uma foto do nosso grupo ontem a noite após a crise de Tweek.

Kyle foi até ele o mais rápido que pode, rasgando o documento, jogando seus pedaços pela calçada. 

- Eles nos enganaram para tirar essa foto! - Comentou o ruivo. 

-M-MAS A CASA É A-A-ASSOMBRADA DE VERDADE! - Gritou Tweek com seus tiques começando, o olho direito piscando impassivelmente. 

- Controla seu namorado Craig. - Cartman fora inconveniente como sempre, mas ao invés de ceder aos meus impulsos e soca-lo no centro do rosto, apenas toquei as mãos do loiro o vendo se acalmar. Sempre funcionada. 

- O que Tweek viu ontem não foi brincadeira, todos nós sentimos a presença de algo. - Stan começou. - Até que a gente descubra o que aconteceu, não é bom que esta casa fique aberta. 

- Provavelmente ele só estava louco de xanax de novo. - Desta vez não resisti, empurrei Cartman contra as grades. 

- Ele não usou drogas naquele dia e nem neste ou em qualquer outro! - Gritei. 

- O fantasma de ontem pegou o machado de nossas mãos, então acredito que alguns tipos de fantasmas devem conseguir mexer objetos. - Stan continuou, sacou seu celular pesquisando online. - Aqui! Tem um  guia de fantasmas que foi usado em no filme dos caça fantasmas, podemos nos basear nele para tentar achar respostas.  

- Eu vi esse livro na biblioteca, podemos passar la para comprar. - Soltei antes que o gorducho soltasse outro comentário ofensivo. 

Andamos por alguns quarteirões em direção ao centro da cidade, o dia estava nublado, agitado demais para um domingo. O clima estava quente me forçando a suar por baixo do chullu azul que sempre usava. Mas pude perceber que o suor da mão de Tweek não se dava pelo clima. 

- O que aconteceu, honey? - Perguntei ao parar de andar, virando em sua direção. 

- Vamos continuar de mãos dadas? - Seus olhos transitavam do verde para o azul como de costume, me peguei pensando como seria observa-los de perto. 

Soltei ela por um instante, apenas para me aproximar ao ajuda-lo a corrigir os botões abotoados de maneira errônea em sua camiseta. Se sabia que sempre erraria ao fechar devido ao tremor em suas mãos, por que não escolhia alguma sem nenhum botão? 

"Gosto de saber que um dia eu conseguirei fechar corretamente se me esforçar", ele dissera. 

Talvez o motivo das paranoias das loiro não seja sobre gnomos, extraterrestes ou até mesmo sobre a Coreia do Norte. Ele acima de tudo queria ter o controle da própria vida, a falta dele somada a seu constate fracasso em obtê-lo o deixava  cada vez pior. 

Andando ao seu lado, me pego pensando em como aquele medicamento apareceu no seu sangue durante o exame de sangue algumas semanas atrás. Havia muito sobre Tweek que eu gostaria de saber, não só por ser seu melhor amigo, também por estarmos mais tempo juntos do que com nossos pais. 

Amor com Falhas (CREEK)Onde histórias criam vida. Descubra agora