Capítulo VIII

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Craig P.O.V

Quinta-feira era o pior dia da semana, sendo ou não pós feriado. Após termos acordado mais cedo do que de costume para que Tweek passasse em casa e trocasse de roupas para a aula, seguimos direto para a escola. 

O loiro parecia mais confortável ao pedalar ao meu lado após a longa noite que tivemos, conversando sobre nossas vidas, sobre cada detalhe de nós. Infelizmente ainda não senti que era a hora certa para lhe contar sobre o que descobri. 

Ao invés disto lhe contei sobre as viagens em família que já fiz, meu filme favorito, a banda que mais escuto. Contei sobre o meu medo de aranhas, principalmente das que tem pelos nas patas, finalmente pude me abrir com alguém sobre o trauma de ter sido levado ao Peru quando criança pelo governo. 

Diferente do que eu esperei, ele não surtou, as vezes podia vê-lo esconder as mãos trêmulas para que eu não percebesse  o quanto estava se segurando para não disparar centenas de perguntas sobre. Apenas me escutou do inicio ao fim tentando me entender melhor. 

Namorar Tweek não era tão ruim quanto pensei que fosse. 

O restante dos dias da semana continuou no mesmo clima de quinta-feira, aulas pacatas, nosso grupo reclamando de missões com baixo pagamento, Cartman tentando levar Tweek para mais uma busca pelo assassino da família Winston. As noites nos reuníamos para fazer a lição de casa ou jogar playstation na base. 

Como agora em que comíamos KFC assistindo Kyle derrotar mais uma pessoa no Street Fighter, meu novo passatempo agora era ler artigos sobre o espaço, desde que contei ao loiro sobre meu fascinio a respeito de estrelas e planetas, isto abriu uma caminho para que pudesse me contar todas as suas teorias sobre vida alienígena. 

Das poucas coisas que uniam meus gostos aos de Tweek, podíamos considerar três como as mais influentes: Sprite, nosso porquinho da índia que inicialmente era só meu ate ele exigir metade da paternidade para aceitar meu pedido de namoro falso. O universo e afins, que continha uma gama infinita de assuntos dos quais podíamos conversar por horas. Por último, havia jogos eletrônicos com quais gastávamos nossos salários todo mês com um jogo novo em que podíamos jogar juntos. 

Como eu possuia um computador relativamente novo, emprestei a Tweek o meu antigo notebook que rodava alguns jogos relativamente pesados com poucos bugs. Isso fez com que seus olhos brilhassem da mesma maneira que brilharam ao ver os fogos. 

Quanto mais tempo ele passava comigo, quer dizer, com nosso grupo significava menos tempos com sua família. Apesar de raramente sorrir, apreendi a decifrar os momentos em que ele estava genuinamente feliz, seus olhos piscavam lentamente, mordia o lábio inferior, o tom de voz era mais alto e claro.

- Wendy, terminou de fazer o resumo? - Perguntei desviando os olhos do jogo na televisão emprestada pelo pai de Stan. 

- Sim, de acordo com os dados que coletamos até agora temos bastante detalhes sobre como identificar um fantasma e o que precisa ser feito para exorciza-lo. - Começou se prostando em pá, fazendo com que pausassem o videogame para prestar atenção. - Para sermos precisos existem sete tipos de entidades, ao todo já conhecemos três, sendo o espirito da Sr. Winston e o poltergheist da casa os mais recentes. 

- Ok, estou feliz de não termos achado um demônio até agora. - Interrompeu Stan a fazendo lhe olhar feio. 

- Pelas minhas pesquisas, há quatro armas que podemos usar que serão úteis em todos os casos. Água benta, sal, a bíblia e um rosário. - Comentou enquanto voltava a se sentar. - Sendo que o rosário sozinho não possui muito efeito, é mais um objeto de suporte a bíblia que pode ser substituída por qualquer livro de oração. 

Amor com Falhas (CREEK)Onde histórias criam vida. Descubra agora