Capítulo I

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Infelizmente a mulher não pode conversar com seu irmão, as cinco da manhã algumas enfermeiras entraram com a respiração ofegante a encontrando finalmente. Akemi revirou os olhos de maneira frustrada enquanto se rendia para ir até seu quarto.


Uma delas havia trazido uma cadeira de rodas e obrigando a mulher a sentar nela, sua cadeira foi empurrada pelos corredores enquanto a dançarina parecia deixar muito claro o quanto estava odiando aquilo tudo.


— Sabia que por sua culpa perdemos muito tempo te procurando? — Uma enfermeira, a mais velha do grupo e ranzinza em sua própria excensia, reclamou enquanto empurrava a cadeira de Akemi — Se ficasse apenas quieta no seu quarto não iria dar nem um terço do trabalho.


— Se deixassem eu ver o meu irmão teriam de lidar ainda menos comigo — Resmungou enquanto o som das rodas deslizavam pelo branco ladrilho. Sua mente estava um tanto irritada encarando todos os quartos enquanto lia as placas de identificação — A maioria são pessoas que sobreviveram ao meteoro?


— São — Resmungou — Aqui anda corrido e precisamos ainda cuidar de você. Deveria se comportar como uma verdadeira adulta e parar de desperdiçar nosso tempo.


— Eu não posso evitar — Sua cabeça foi contra o assento da cadeira encarando bem o rosto da mais velha — Sabe quando vou ter alta?


— Não vai ser tão cedo. Os seus ferimentos foram muito sérios e os médicos ainda estão tentando entender o motivo para não estar sentindo dor alguma — Akemi apenas bufou com a explicação — Deveria agradecer que o governo está pagando todos os custos.


— Oh eu fico tão agradecida — Revirou os olhos antes de encarar uma porta de um quarto aberto, uma enfermeira estava trocando o soro de um homem sentado. Ele parecia encarar a porta com olhos vidrados e entediados — Mas estou preocupada com meu irmão.


— Deveria se focar em você primeiro.


— É mais fácil falar do que realmente fazer...


 ♠ — ♠


Seus batimentos eram marcados em um ritmo constante enquanto um médico falava com os residentes que o acompanhava. Para Akemi, aquilo mais parecia que a mulher era um ratinho de cobaia nos olhos curiosos de homens não muito mais velhos que ela.


— Por favor, respire profundamente — O homem disse colocando o estetoscópio em suas costas — Isso. Novamente.


O toque causava certa irritação em Akemi, seu coração respondia marcando no bipe do monitor um avanço ainda mais descompassado, algo que atraiu a atenção não apenas do médico, mas os internos que encaravam aquilo de maneira ainda mais irritante.


— Vou administrar um remédio para ajudar a diminuir essa arritmia — Anunciou o senhor sem sequer encarar a estudante.


— O caso dela não cabe o uso de Rivotril? — Um dos internos questionou anotando em seu tablet tudo que estava acontecendo.

Raposa Negra, Gato Branco | Chishiya ShuntaroOnde histórias criam vida. Descubra agora