Capítulo IV

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— Esse é o quarto de Akemi? — Uma mulher questionou quando viu a porta entreaberta. Ela beirava os trinta anos e Akemi nunca havia a visto antes.


— É sim... Eu posso ajudar com algo? — Mesmo os médicos alertando, algo que a mulher não levava em consideração, Akemi estava alongando seus músculos enquanto vez ou outra tentava ver o que havia acontecido com suas pernas de fato — Hum? Eu deveria saber quem é você?


— Não me impressiona não saber quem sou, eu faço parte do RH do Bitch Love e vim trazer os papeis que precisa assinar sobre sua demissão — Ela não parecia se importar muito com a delicadeza, só queria cumprir seu trabalho e sair — Leia tudo para não sobrar dúvidas e assinem aqui.


Akemi passou os olhos lentamente pela carta de demissão antes de puxar a caneta para a mão escrevendo seu nome inteiro e a data — Eu sempre escutei rumores de que usava lente de contato.


— Não gosto que as pessoas fiquem encarando meu olho direito — Dizia de maneira rabugenta — É ridículo o quanto não sabem lidar com algo como isso.


— É uma pena que suas pernas não são mais úteis — Sem se importar com como aquilo soaria, folheou as páginas rabiscadas pela ex funciónaria antes de dar em sua direção um pequeno olhar — Espero que ache outro emprego logo.


E antes que Akemi pudesse depositar sua fúria crescente, saiu batendo a porta deixando que a dançarina pudesse contar em paz o valor de seus benefícios. O dinheiro poderia durar um pouco mais de um mês, mas era o limite já que o seguro-desemprego era baixo demais.


— Mais que droga — Gemeu se jogando contra a cama, seus olhos observando o teto de cor única como se nele tivesse respostas para suas dúvidas — O que vou fazer agora?


Yuki dessa vez levou a mulher para tomar um pouco de sol a pedido do médico que cuidava de Akemi. Seu jeito ranzinza e prepotente causava discussões diretas com a mulher que sempre parecia preparada para as problemáticas falas do senhor.


— O que vai fazer amanhã? — A enfermeira questionou enquanto parava em uma máquina de conveniência para pegar uma garrafinha de água — Aqui.


— Não sei ao certo — Choramingou se acostumando um pouco com a presença da formada — Amanhã alguns residentes vão ir na minha sala. Me sinto um ratinho de laboratório.


— Eu até posso entender o motivo de todos estarem tão surpresos, o seu caso foi considerado algo bem raro.


— Não sinto que tenha sido algo raro em absolutamente nada... Fora eu ter sobrevivido a uma quantidade de escombros que poderia ter gerado danos irreversíveis.


— Akemi, é muito gentil as palavras que está descrevendo — Brincou vendo a raposa emitir um estalo de língua — Vamos, ainda temos um longo passeio.


— Que emocionante...


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Raposa Negra, Gato Branco | Chishiya ShuntaroOnde histórias criam vida. Descubra agora