EPÍLOGO

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1 ano depois


Ellen encarou a roupinha minúscula rosa com a frase "I love my mom" em letras douradas que segurava em mãos, sorrindo de forma boba enquanto imaginava o ser minúsculo e potencialmente fofo dentro daquela peça. Tão pequeno...

Mas então ela piscou, rindo consigo mesma enquanto Tom a encarava de volta fazendo careta e tentando se controlar para não gargalhar no meio da loja inteira. Ele negou com a cabeça, balançando os brinquedos dentro da cestinha que segurava em mãos.

— Eu não acredito que a gente viajou pra essa praia incrível e ao invés de estarmos aproveitando, estamos vendo roupinhas para... — Disse, rindo da situação, mas um pouco desapontado por estarem naquele petshop tempo demais. — Gatos. E gatos nem gostam dessas coisas. Até esses brinquedos que você quer levar são inúteis pra ele, sabe disso, né?

— Mas é tão fofinho! — Ela encarou a roupinha cor de rosa, fitando Tom com um sorriso no rosto. — Não é?

— Só acharia isso se de fato fosse útil.

— Você é terrível! — Riu ela, deixando a peça de lado e mordendo os lábios. — Ok, você venceu. E eu odeio admitir, mas você tá certo. — Revirou os olhos, fazendo bico. — Odeio que você esteja certo.

Tom riu, achando-a fofa ao fazer aquela expressão. Droga, isso é jogo sujo! Pensou ele enquanto a observava piscar lentamente e acariciar a roupinha sem "utilidade alguma" para um gato como Fininho. Ou para qualquer felino que pudesse pensar. Ele não era especialista em gatos, mas imaginava que eles não ficariam muito felizes em usar algo que os impedisse de se locomover com facilidade.

Ele mordeu os lábios, tateando a prateleira em busca de algo que fizesse Ellen bancar a mãe de pet com um pouco mais de sensatez. Seus dedos passaram por mais algumas roupinhas e acessórios exagerados e que com certeza causavam irritação nos bichinhos apenas para satisfazer os donos. Ele pegou uma caneta em formato de pata de gatinho, lendo a embalagem em voz alta.

— Um laser. — Sorriu, arregalando os olhos ao ver o valor. — Meu Deus! — Encarou Ellen, perplexo com aquilo. — Você não disse que queria que o Inquilino fosse criado como um gato de vida simples? Isso aqui tá extrapolando o orçamento dele.

— É a minha forma de pedir desculpas por ter levado ele ao veterinário dizendo que era só uma consulta e vê-lo revoltado por ter sido castrado.

— Mais cedo ou mais tarde ele deveria lidar com isso.

— Tadinho.

Ambos riram e Tom deixou a cestinha de lado no chão e conduziu Ellen até o caixa. Ela o observou pagar a caneta, achando graça da revolta dele por pagar tão caro por algo que facilmente seria motivo de desinteresse pelo gato de duas caras. Ao saírem da loja, ele entregou a sacolinha para a namorada.

— Ok, agora a gente pode ir, né?

— Confesso que entrei na loja porque fiquei com medo de mergulhar. — Disse ela, sorrindo amarelo, apertando o chapéu na cabeça. — Podemos ir amanhã? Eu juro que vou estar mais corajosa...

Ele riu, cruzando os braços.

— Se você não quiser ir, tá tudo bem, Ellen. Você pode ficar no barco.

— Não, eu vou! — Ela mordeu os lábios, apertando as mãos. — Só me dá mais um dia para ter coragem.

— Tá bem, então amanhã a gente mergulha. Combinado?

Ela assentiu, apertando a mão dele e apressando o passo. Continuaram a perambular pelo centro cultural da Praia Bela, a faixa litorânea mais bela de Mesópolis, vendo os artesanatos e comidas de rua. Com certeza aquelas estavam sendo as melhores férias, não apenas por estarem em um lugar tão bonito como aquele, mas por estarem fazendo aquilo pela primeira vez, juntos. Ellen sorriu ao pensar naquilo, imaginando que Célia de certa forma devesse estar sentindo o mesmo por ficar com Danilo e ter uma folga dos estudos, apesar de ambos estarem em solo estadunidense àquela hora.

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