Doce importuno - 1

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Mariah está parada em minha frente me ajudando com o nó na gravata, sou péssimo nisso desde que me entendo por gente. Como conseguem dar nó nas gravatas por conta própria?
Os olhos dela se mantém curiosos, eu acredito saber o que se passa em sua mente, mas prefiro não pensar muito, minha melhor amiga é sempre a primeira a me decepcionar quando diz o que pensa, dei um tapinha sua mão estava me sufocando já, e ela deu um puxão fazendo eu dar outro tapa quase sem ar.

— Tá bom, tá bom porra! — falei tentando folgar a gola — Odeio a textura desse teceido.

Ela riu.

— Ah, você está lindo. E bom, como um padrinho eu pensei que... Você não deveria ir sozinho no casamento da Geane né?

— Mariah? O quê...

Antes que eu pudesse falar o que ela estava aprontando, houve batidas na porta e ela correu saltitando, furiosamente fui em seu encalço e quando Mariah abriu a porta, lá estava ele Samir, o mesmo do aplicativo que vimos semana passada e eu inclusive abonei a ideia, senti as bochechas queimarem, ele era ainda mais bonito pessoalmente. Uma mistura  abrasileirada de árabe, nariz grande pele morena, alto barba rala com o bigode e o cavanhaque mais visivel e os olhos verde musgo perfeito, o sorriso, parecia-se de um anjo, na verdade Samir era um perfeito modelo do homem que deu certo.
Senti um engasgo, quase como se algo entalasae minha garganta e antes que ele entrasse bati a porta em sua cara olhando feio para Mariah em minha frente.

— Enlouqueceu? Perdeu a noção, por que fez isso? — falei deseperado.

— Você disse que queria ir acompanhando para mostrar para o Jonathan que você está bem, qual foi Dri? Qual o problema?

— O problema é que eu não o conheço, e ele é um gigolo!

— Ele não é um gigolo é um acompanhante e eu já paguei por isso, ele vai ser discreto e o Jonathan vai ver que você está bem, bem acompanhado por um bonitão — ela me empurrou de leve abriu a porta — Pode entrar Samir, sinta se a vontade, mas nem tanto hein! Esse é o Drico, Drinho, Dri enfim o rapaz que eu te falei.

Fiquei parado com o olhar em pânico, Samir me estendeu a mão enquanto a minha voz estava travada na garganta.

— Tudo bem, não precisa ficar receoso eu sempre trabalho com solteirões solitários feito você. — disse ele com aquele timbre de voz encorpado.

Automaticamente senti o sangue subir, Samir não é o meu tipo, ele é do tipo que se me desse bola eu correria.

— Eu? Eu não sou a porra de um solteirão solitário. — falei com um leve sorriso forçado sem mostrar os dentes.

— É mesmo? — ele olhou a minha volta pelo apartamento — Parece que é. Olha teve até tempo para fazer uma boa decoração aqui.

— Hã.... — ameacei falar, mas olhei para ele furioso e puxei Mariah para o quarto pelos braços.

Entramos feito dois estranhos, quase se trombando enquanto ela dizia "aí, ui, au me solta" a coloquei em minha frente respirando fundo após bater a porta do quarto.

— Eu não vou com aquele estranho. — falei mordendo os dentes.

— Ah você vai, eu já paguei e todo mundo já sabe que você vai acompanhado — disse ela sem nem planejar.

— Todo mundo? Co-como assim todo mundo?

— Bom eu falei que você ia levar seu novo namorado para sua mãe, sua irmã, enfim... — ela falou olhando as unhas que estavam bonitas por sinal.

— Me-me-meu namorado? — falei para dentro quase sem ar — Você tá maluca?

— Tudo bem aí...? — disse Samir do outro lado dando batidinhas na porta — se quiser eu já posso ir indo ao lugar de encontro.

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora