A proposta

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Agora mais do que nunca eu precisava de silêncio. Elas podiam ficar ali, mas eu simplesmente não queria mais visitas em casa, lavei as xícaras colocando-as em seu devido lugar, e separei os talheres que Mariah misturou após seca-los e guarda-los.
Fui até o banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto de manguaça, e segui para o escritório colocando meus óculos. Era quase nove horas sorte minha ter acordado cedo eu podia ter perdido aquilo, não era tão importante, mas cliente era cliente. A vídeo conferência começou, e apresentei a ele um dos meus projetos, eu era meticuloso na hora de vender meu trabalho, e tão bom naquilo que fechei um acordo imediato, não demorou mais do que 30 minutos, e dois mil na conta pelo projeto. Seria o trabalho dos sonhos, se não fosse pelo fato de nem sempre ter cliente, mas ser design de desenvolvimento não é ruim, não saio de casa, não tenho que lidar com gente, mas também não tenho registro na carteira, entretanto não me parece interessante ser registrado atualmente.
Tenho um sério problema em trabalhar com pessoas, em seguir rotinas de empresas.

Terminei de lavar o paletó do Samir, e colocar para secar, agora estava limpo e cheiroso, tão qual como meu banheiro que tive de lavar pois mesmo parecendo limpo cheirava a vômito e bebida velha.

Eu não tinha o hábito de cozinhar, na verdade eu não era bom em cozinhar, então eu sempre saia para comer fora, e depois da academia chegou a hora que eu mais gostava, a de não fazer nada, mas em paz por ter seguido minha rotina, me joguei no sofá naufraguei durante um tempão em busca de um filme que fosse bom, e acabei chorando com um pote de sorte e a Bela e a Fera, o live action. Ah, essa é a parte ruim de ser eu, eu sou emotivo com qualquer coisa as vezes, mas nem sempre, mas quase sempre também, meu coração de manteiga apaixonado não deixa um instante sequer de querer realmente viver um amor desses: de filme. Meu celular tocou, eu odeio atender chamada de vídeo mas se tratando de Mariah ela não desistiria.

— O quê foi?! — atendo na irritado.

Nossa isso é maneira de atender?

— Nhenhehnhe — fiz fazendo careta — Não deveria nem ter atendido.

Pera você estava chorando?

— Claro que não — cocei os olhos —estava dormindo, mas aí você me acordou — menti

Estava chorando, te conheço, qual foi o filme dessa vez?

— Fala logo o que você quer Mariah.

Eu hen só queria saber se você não quer sair, sei lá, distrair um pouco e me contar sobre o Samir ter dormido aí — riu maliciosa

— Não, e não, não aconteceu nada entre eu e o Samir e fala sério você pagou sete mil a ele? Você.... Você.... Tem ideia do que fez? Da onde você tirou sete mil?

Ainda nem paguei — riu — Mas eu sabia que você ia tentar comprar ele eu só fui esperta, e meu no fim deu certo, Jonathan ficou mordido com você e o seu novo namorado bonitão.

— Mesmo? — falei meio que sem demonstrar o interesse enquanto escolhia outro filme na biblioteca de filmes.

Você ainda gosta dele não é? Digo: do Jonathan.

— Não, está louca?

Ela fez uma cara de insatisfação

— Não gosto dele eu só... Não sei sabe eu só sinto que... Eu tinha tudo com ele Mariah, e eu sinto que nunca ninguém vai me amar da mesma forma, ou que eu nunca vou ter alguém de novo. — falei enchendo a boca de sorvete.

De Repente 30 parecia um filme que merecia ser revisto.

Ah, mas é claro, você nem sai de casa, ainda mais agora que arrumou um maneira de trabalhar em casa, você precisa sair, tentar conhecer pessoas novas Dri, não dá para arrumar um novo amor vivendo feito a Rapunzel trancado no quinto andar de um apartamento.

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora