Aquecido

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Olhei para ele com um sorrisinho forçado, me mantinha sentado na cama.

— Vou pegar uma roupa para você ali — disse ele indo em direção ao guarda-roupas. — Tem uma escova de dentes também que eu comprei uma veio duas, ou se preferir pode usar a...

Então eu tossi um riso, não sei por que achei engraçado tudo o que estava acontecendo e já não aguentava mais segurar meu riso frouxo.

— O quê? Tem nojo? Beleza vou procurar aqui.

— Eu não disse nada. — falei

— Mas eu já entendi — disse ele de costas para mim fuçando irritadamente no guarda-roupas.

Toquei o ombro dele a fim de tentar acalma-lo

— Sam — Murmurei

Ele respirou fundo.

— Eu nunca trouxe ninguém em casa então a cabeça do meu pai deve estar fervendo — disse ele esgrouvinhando os dedos no alto da cabeça. — Sabe ele pode acabar te chateado, por que ele não é acostumado, não ache que ele seja um preconceituoso caso fale algo ruim, por que ele pode ser gentil mas é controverso, não é como sua família, os costumes, tudo é diferente.

— Não posso julga-lo pelos esforços dele não suprir meus ideais, o que pensa que sou?

— Eu não sei, eu não sei e só sei que hoje em dia é um esmurrando o outro para ser aceito e que caso você não seja esforçado o suficiente para lidar com as diferenças então você é ruim. — ele bufou — ele não é ruim.

Não era comigo que estava irritado. Apertei levemente seu ombro, eu não estava julgando o pai dele mas ele mesmo estava fazendo isso.

— Tudo bem, não  me importo com seu pai, ele está sendo muito gentil — falei baixinho.

— Espera até ele ver nós trocando carinho um com outro..

— Uma hora ele vai se acostumar, não pode condenar ele por algo que ele nao convive, ou não vê.

Ele sem se virar lançou para trás uma camisa em mim, uma grande camisa do Dragon Ball, eu ri.

— Ah não, fala de mim e tem uma camisa do Dragon Ball?

— Mas Dragon Ball é melhor que Mario — ele se virou segurando a embalagem de escova leve 2 pague um

Eu abro a boca indignado tentando também conter o riso, ele sorri para mim de uma forma sapeca, rapidamente me estiquei quase me deitando em sua cama onde puxei um travesseiro e lancei nele com força, por alguma razão desprevenida ele quase caiu. Ele pegou a travesseiro rindo e pulou em mim com ele nas mãos.
Tentei o conter mas ele jogou o peso do seu corpo contra meu corpo enquanto me debatia gargalhando baixo.

— Você vai ver agora, vou te ensinar a nunca mais me atacar desprevenido. — disse ele mordendo os dentes tentando me sufocar com o travesseiro enquanto eu ria tentando o empurrar.

— Para, sai fora, ó seu pai vindo! — menti tentando engana-lo.

Ele riu, mas caiu no conto olhando para a porta, eu rapidamente o empurrei com força de cima de mim, mas acho que acabei machucando seu corpo já machucado, pois ele saiu com a mão no abdômen fazendo uma careta breve.

— Aí, desculpa, te machuquei?

— Não, está tudo bem, minha costela tá zoada — ele resmungou ainda meio curvado — É só.... Dor muscular, eu acho, dói para respirar — riu e me esticou a escova de dentes.

— Samir você fez exames?

— Não, só fui lá tomei uns remédios e fiquei de observação, ia demorar muito Adriano. — Deu uma pausa enquanto eu o olhava lânguidamente— Pronto senhor nojinho, eu deveria fazer você usar minha escova de dentes — disse ele.

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora