Amor de almas?

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Nossa bebidas chegaram na mesa e a poção de batatas também.

— Minha tia que cortou meu cabelo — falei tentando gerar assunto

— Ficou bacana pô, ela é boa, até parece mais homem.

— Vai se foder.

— Ta tava parecendo um mendigo vai... Agora parece gente, devia ter cortado no dia do casamento da sua amiga.

— É mas aquele dia não consegui ir no salão, a proposito você é quase primo da Geane mesmo?

— É quase isso, mas não somos e nem nos falamos mas nós conhecemos, estranho mas deu para entender — riu ele mordendo uma batata com seus dentes brancos e retos. — Olha tem um rapazinho te olhando.

— Ah esquece isso.

— Foi para isso que viemos né, conhecer gente

— Nah, já fui rejeitado pelo cara que me comeu, não quero me sentir usado de novo — resmunguei e ele riu

— Como foi? Me conta.

— Ah, foi legal, mas no fim ele falou que devia ir para cuidar do cachorro dele. — Samir riu — e não tem cachorro nenhum, né? — Samir negou com a cabeça — que cretino! Como você faz?

— O quê?

— Para ser assim? Digo um gigolô, cê gosta de se prostituir?

— Ei, eu não me prostituo

— Nunca transou com algum cliente seu?

— Já mas não foi por que me pagou, só aconteceu e bem poucas vezes, geralmente sou acompanhante de velhas, me surpreendi quando vi você no aplicativo. Muito novo para ser solitário a ponto de querer um acompanhante.

— Ah, droga foi tudo armação da Mariah.

— Por isso ela me pagou um valor alto por que eu recusei, não foi você quem pediu então eu não ia fazer o serviço, mas sabe que gostei, você é bem fácil de irritar e é legal.

— Vai se foder.

Ele riu.

— Tem um cara te secando também, na mesa atrás de você — disse eu.

— É, então, olha e aprende! — ele olhou para trás e jogou um sorriso para o rapaz, uma piscadela, o rapaz não perdeu tempo fez sinal chamando ele — Viu.

— Lá vai ele... — falei quando ele se levantou indo até o estranho

Se sentou na mesa com o rapaz, conversaram, sorrisinho e mais sorriso, depois ele me apontou, o rapaz deu um aceno e eu apenas acenei com a cabeça.
Quando me dei conta eles estavam se beijando, quase subindo na mesa. Eu achei engraçado, Samir era bom naquilo, quer dizer, não no beijo mas em ser charmoso e galante. Descolado, e claro que me senti um passarinho fora do ninho, o homem mais solitário do mundo, mas cinco minutos depois Samir voltou rindo.

— Ele é bem bonito — falei enquanto via o rapaz saindo do local

— É, mas não faz meu tipo.

— E beijou ele e pegou o número dele? Como você pôde fazer isso?

— Ué, só não faz meu tipo mas não significa que a gente não possa dar uma transadinha de vez em quando.

— Ah. Meu deus eu juro que não fui feito para esse mundo, juro.

Ele riu.
Eu ri.

— Você tem que ficar com alguém vai... Tenta.

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora