Inseguranças.

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Depositei os pratos na pia, e ele colocou o único e um copo utilizado na mesma com um sorriso sutil.

— Deixa que eu lavo...

— Samir — o olhei feio e ele riu erguendo suas mãos.

— Tô brincando, calma foi só... bom eu vou na sala então, você quer ver um filme?

— Não está tarde e amanhã acordo cedo, eu odeio quando minha rotina sai da rotina eu tenho... horário para tudo, você faz o seguinte de comida para o Fergus... já até passou da hora eu vou arrumar aqui Rapidão e arrumar o quarto e... bom aí podemos ir deitar. — pensei rapidamente um pouco — Samir e se... e se eu machucar você na hora de dormir.

— Por quê? Vamos transar? Ótimo tô morrendo de saudades — disse ele lambendo a ponta do dedo após passar o mesmo sob o resto do glacê do bolo de uma travessa.

— Samir, claro que não, você... — ele riu, e mesmo não querendo rir constrangido de vergonha eu ri.

— Olha um boquete, assim só para dar uma aliviada, cê sabe eu posso não fazer em você mas você pode fa.... — acertei o pano de prato nele.

Rapidamente ele se encolheu rindo.

— Sai daqui, vai! Some! — gritei rindo. — vai antes que eu quebre mais uma de suas costelas..

— Cê sabe que amo te ver bravinho. — resmungou ele

Arrumei toda aquela bagunça, levei entorno de uma hora talvez para deixar tudo parcialmente organizado.

***

Samir está sentado na cama descamisado, em seu peitoral parte abaixo do seu tórax está um rasgo e uma emenda na pele com uma costura de minha preta bem sutil, nem ficará a cicatriz possivelmente no futuro, a pele morena suavemente depilada ao lado direito do peito, onde ocorrerá uma pequena cirurgia, estou sentado ao seu lado, passo precisamente o algodão na região entre os pontos de linha preta dado em forma de sutura na pele, o sangue que está seco sai em algumas casquinhas sutis no próprio algodão úmido de antisséptico.

— Prontinho, a médica disse que podia colocar gaze em cima?

— Sim, se não a camisa enrosca e é pior.

— Me de a gaze e uma fita. — pedi

Ele analisou a caixinha de primeiros socorros que ele mesmo trouxera a mesma continha seus remédios e itens de bandagem para curativo, me entregou a gaze e embebedei a mesma no antisséptico, coloquei sob sua pele e prendi sutilmente com a fita, uma certa delicadeza em fazer aquilo.

— Prontinho Samir Oliveira Al’Sud. — resmunguei passando o dedo sob a fita branca para que a mesma prendesse em sua pele.

Samir sutilmente segurou meu pulso, e depois minha mão a puxando para si, no centro do peito, eu o olhei inicialmente confuso pensando que havia machucado ele, mas não, ele me olhava com aquela cara, aqueles olhos penetrantes.

— Te amo — Murmurou e seguiu segurando minha mão até seus lábios onde beijou as costas da mesma.

— Se você queria que eu me apaixonasse por você, saiba que já estou apaixonado, e amando isso. — Murmurei baixinho com um sorriso.

— É mesmo?

— Sim.

— E que paixão e amor é esse que não me deu um beijo desde que cheguei?

Eu ri acanhado me dando conta daquilo, e ele também se aproximando sutilmente cheio de vontade de ganhar um beijo. Engoli meus próprios lábios acanhado e evasivo.

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora