Nunquinha

244 32 7
                                    

Dado momento ele mordeu forte minha bochecha e dei lhe um tapa na cabeça, ele se afastou rindo.

— Samir, poxa! — falei esfregando minha pele dolorida. — É a terceira vez que me morde forte assim. — resmunguei irritado.

— Desculpa eu não resisto — respondeu ainda rindo — Eu gosto de ver essa sua carinha de bravo, e de te morder então...

— É sério, dói, para de graça.

— Só vou parar por um tempinho, até você esquecer... — respondeu ele com desdenho e o encarei afinando os olhos — O quê? — rapidamente ele subiu em cima de mim, nem parecia que estava com a costela fodida. Quer dizer parecia, até por que ele fazia movimentos bruscos e logo soltava um gemidinho doloroso.

— Quer voltar para o hospital, né?

— Eu esqueço — disse ele com a mão na costela — Nossa dói para caralho.

— Claro, você não consegue ficar quieto, deitado, se recuperando.

A enfermeira havia explicado com mais calma que embora as duas costelas tenham sido fraturadas, uma delas estava já em processo de calcificação, a mão perigosa foi a outra que realmente quebrou a ponto dele ter passado por uma cirurgia não muito complicada mais ainda sim complicada, já o pulmão se regenerava muito rapidamente.

— Culpa sua. — ele disse aproximando seu rosto do meu

— Minha? — falei e ele me roubou um beijo

— Uhum

— Vou fazer você ir embora rapidinho, daí você vai ficar na sua casa, deitado até estar melhor. É sério Samir, por favor... — ele me roubou outro beijo, e irresistivelmente o beijei de volta em meio aquele sorriso bonito e sacana que ele tinha.

— Sabe o que eu acho? — não deu tempo de eu perguntar o quê — que vamos casar.

— Na-na-não muito cedo, me pediu em namoro ontem nem nos conhecemos.

— Eu disse que vamos, não te pedi em casamento.

— Se te conheço bem você começou com o mesmo papinho antes de me pedir em namoro.

— Ué, acabou de dizer que não nos conhecemos, e mesmo assim topou — ele usou minha palavra contra mim, fiquei sem resposta mas rapidamente disparei:

— E não é verdade? Vejamos eu não sei seus favoritos, comida, cantor, música, cor...

Habibi, podemos resolver isso agora! Qual sua cor favorita? — perguntou ele me olhando nos olhos

— Azul, e a sua?

Ele demorou muito para responder, afinei os olhos, e ele segurando o riso disse:

— Azul

— Mentira, caralho sua cara nem treme! — ele caiu na gargalhada.

Eu não queria rir, mas acabei rindo, ele rolou para o lado rindo com a mão na costela, e acabei rindo de sua risada, deu um novo resmungo doloroso.

— Aí — murmurou em tom de dor — Eu não tenho uma cor favorita, desculpa... rir dói mais que transar.

— Como não? Todo mundo tem cor favorita.

— Eu não sou todo mundo, e eu já decidi é Azul.

O olhei languidamente, ele sorriu de forma descarada.

— Tá, uma comida favorita?

— As esfihas do babã — disse ele rapidamente e o olhei atravessado — que foi?! É verdade!

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora