Hábitos ruins

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Ao certo eu não queria ir na festa do pai do Samir, mas também fiquei pensando a respeito de boa e má impressões, parece muito íntimo ir na festa de alguém que só vi uma vez. Comentei com Mariah e Geane, Mariah disse que não poderia ir, já a Geane... Ela sim iria, e eu decidi comprar um presente, apenas uma lembrancinha para o Senhor Ali.
Quando contei a Geane e Mariah dos convites Geane ficou mega curiosa, e como o marido dela iria trabalhar no dia e ela ficaria sozinha já pensando em ir na minha casa decidimos realmente ir.

Quando chegamos no restaurante, entrei meio acanhado junto de Geane, estava cheio mas não lotado. Parecia que havíamos entrado num portal, como da primeira vez em que vim aqui, um portal para o Oriente Medio, Samir veio ao nosso encontro e podia até mesmo jurar que ele estava fantasiado, mas não, ele estava usando uma roupa de "cozinheiro", e na cabeça um tecido xadrez vermelho com branco, e uma espécie de acessório de, ou uma corda de tecido que prendia o tecido em sua cabeça, quase uma coroa.
Achei minimamente engraçado, ele se aproximou com um sorriso acanhado no rosto.

— Geane! — a beijou no rosto — Oi, oi Adriano — me estendeu a mão, mas me puxou me dando um beijo na bochecha também.

— Oi... — dei um riso — Não sabia que era uma festa a fantasia — brinquei e ele riu.

— Meu pai é meio “chato com a tradição” apesar de eu não gostar muito, devo no mínimo respeitar a cultura dele né? — riu — Que bom que você veio! Vem eu vou ver uma mesa.

Quando ele se virou seu pai já estava atrás.

— Filho! Largou a cozinha, deixa que eu arrumo um lugar para seus amigos vá, vá, vá para cozinha vá! — ele olhou para nós — Oi, tudo bem?

Cumprimentou a mim e a Geane, eu achava engraçado a forma como seu Ali parecia falar cantando, toda frase ele falava um O amais, “filhoo, queridooo”.
Estendi o presente a ele.

— Olha eu não sabia o que comprar, então espero que goste é só uma lembrancinha! — falei meio sem jeito.

— Ah, mas não precisava não — ele disse egando a sacolinha de presente que lhe ofertem — vêm, vem, hoje os amigos da familia comem por conta da casa.

Dei um sorrisinho. Geane pareceu bem empolgada, senhor Ali nos guiou até uma mesa e nos sentamos.
Havia outros árabes, uma reunião deles e eu nem havia me dado conta, todos vestidos como se estivessem no oriente médio, nas arabias, talvez experimentando a tradição em outro país, sentindo se livres para usarem suas roupas sem serem julgados.

— Nossa! Que legal é aqui — disse Geane.

— Né. — falei fascinado.

— O Samir fica bonitão vestido assim né? Tipo com esse negócio na cabeça e o cachecol.

Não é cachecol - pensei mas não disse nada.
É verdade ele ficava estranhamente atraente, mas eu não diria aquilo.

— São só panos —  falei ela me cutucou para que eu não dissesse nada.

Samia vinha em nossa direção, toda animada, estava com o lenço escondendo os cabelos. Ela se escorou na nossa mesa, nos cumprimentando com beijinhos no rosto.

— Geane, você! — riu Samia, eu até havia me esquecido que elas se conheciam — acredita que meu pai falou: “acho aquela menina que é prima da meia-irmã do seu primo tá aí” e eu não sabia quem era. Vocês são amigos então? Meu pai nem lembrava de você acredita?

— Eu notei, ele me cumprimentou meio que de boa — riu grane

— Ah, é eu e Geane somos bem amigos — disse eu.

Sobre mentir e amarOnde histórias criam vida. Descubra agora