Boa noite, leitores!
Mais um capítulo para vocês, porém, esse não é muito grande.
OBS: O capítulo pode trazer gatilhos!!!!
Se ficarem desconfortáveis, por favor, não terminem de ler o capítulo.
Emma
Jenna saiu do meu apartamento quase às duas da manhã. Exausta, caí na cama depois de um banho morno, usando uma camisolinha curta, cabelos molhados, na penumbra do quarto. Não conseguia esquecer tudo que fizemos e o que senti, coisas que tinha evitado por toda a vida, e que agora me atropelavam como um rolo compressor. Como eu podia ter gostado de apanhar? De ser tratada como uma submissa? Minha desculpa era de que Jenna também tinha gostado quando foi minha vez de castigá-la. Isso significava ou que nós duas éramos doidas ou que simplesmente tínhamos tesão uma pela outra de qualquer jeito. Agora, ali sozinha, sem o calor do momento, conseguindo pensar mais coerentemente, senti um início de medo a me dominar. Durante os últimos anos da minha vida tive controle do que eu queria e do que devia acontecer. Eu era dona do meu destino, livre e independente, senhora dos meus desejos. Por isso ser Domme era tão importante. Era o modo que me posicionei, que passei da situação de vítima a provedora e defensora de mim mesma. As mulheres para mim eram brinquedos. Podiam ser divertidas e prazerosas. Eu gostava delas, desde que estivessem sob o meu controle e não o inverso. Desde os 14 anos, quando decidi reagir, nenhuma delas mais teve qualquer domínio sobre mim. E foi isso que me tornou quem eu era hoje. Jenna era diferente. Foi diferente desde o início e, apesar de não me arrepender em ter transado com ela, eu começava a temê-la. Não fisicamente. Nunca me obrigaria a fazer nada que eu também não quisesse. Mesmo naquela noite, quando me chicoteou e dominou, foi dentro de um prazer para ambas, um limite que ela sabia qual era e que não tinha rompido. O que mais me afligia era o poder que poderia ter sobre meu lado emocional. Sobre isso eu não queria nem imaginar. Era algo que realmente me apavorava. Fui dominada duas vezes na minha vida. Emocionalmente fui vítima da minha mãe, de um amor que me podou e me humilhou, que me levou ao maior ato de violência que sofri: um estupro. E esse foi o segundo domínio, o físico, quando fui amarrada e violada aos 14 anos, enquanto minha mãe estava caída lá perto, drogada. Foi o ponto culminante e de mudança. Quando me livrei dela e não permiti mais que nenhum homem tivesse tal poder sobre mim. Odiava lembrar daquilo tudo. Principalmente daquela noite horrível. Mas por algum motivo, tudo voltava vívido demais em minha mente. Talvez porque estivesse fora do meu eixo, descontrolada, balançada. E não lutei. Lá, deitada em minha cama sob a janela, deixei as lembranças fluírem. Sempre tive uma relação de amor e ódio com minha mãe. Nascida pobre, em um barraco, fui um acidente de percurso na vida pregressa da bela mulher de vinte e dois anos. Ela se virava, sozinha no mundo, tendo mais amantes do que dava conta. Alguns a enchiam de presentes e até dinheiro. Mas como vinha, ia embora. Gastava tudo, nunca conseguia guardar nada. Duvido que tenha evitado filhos. Só sei que fui a única em sua fileira de tentos amantes, mas nunca soube quem era meu pai. Alexa, minha mãe, costumava dizer que com certeza foi um homem branco, pois eu nasci clara e com cabelos totalmente lisos. Ela não foi uma mãe ruim por maldade. Pelo menos foi o que pensei, ao analisar tudo tantas vezes. Quando estava normal, ria e conversava comigo, trançava meu cabelo, me ensinava a dançar e me beijava. Morávamos em uma comunidade em Sacramento. No entanto, quando estava bêbada ou drogada, dava sempre um jeito de me machucar. Fosse me humilhando, beliscando, batendo ou me obrigando a fazer o que queria. Eu chorava e implorava para não beber, para não usar drogas, mas às vezes chegava da escola e o inferno começava. Eu vivia me sentindo culpada, com pena, com raiva. Eu a amava tanto, que não queria odiá-la, mas às vezes era impossível. E de uma forma ou de outra, acabava sendo uma espécie de escrava, ou por querer demais agradá-la, ajudá-la a se livrar dos vícios, ou por ser obrigada a fazer determinadas coisas por estar acuada e com medo. Medo era a palavra chave, o modo como me sentia na maior parte do tempo. Naquela noite, íamos sair com algumas pessoas da comunidade para dançar. Minha mãe estava animada. Eu fui de má vontade, chateada por tantas coisas ruins que vinham acontecendo e com medo, pois ela estava com dinheiro. E isso significava que ia beber ou dar uma cheirada. E infernizaria minha vida. O que foi exatamente o que aconteceu. Já começou quando entramos no ônibus. Enquanto as outras pessoas faziam vaquinhas para comprar refrigerantes e levavam lanches, tudo que eu tinha era uma bolacha água e sal. E ela, comprou cinco latas de cerveja e bebeu durante a viagem, animada, cantando. Tinha ânimo para farra, sexo e seus vícios, mas para trabalhar fora e arrumar a casa, nada. A cada cerveja que ia tomar, me estendia a latinha e dizia com voz arrastada:
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Submissão - JEMMA
FanfictionEm Submissão temos o foco na dominatrix Jenna ou Jennie como gosta de ser chamada por seus amigos. Jenna é uma Domme fora do comum. A cara de boa moça, o romantismo e suas boas maneiras mascaram seu lado mais sombrio, que adora submeter e ter uma mu...