O Jantar

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Boa tarde, queridos leitores!
Desculpa andar sumida, é que estou ocupada com algumas coisas da facul rsrs.

Emma

Na terça-feira saí de minha sala no final do expediente, preparada para meu jantar com Jenna. Tinha tirado meu casaquinho e agora usava apenas o justo vestido rosa chá tomara-que-caia justinho até um pouco acima dos joelhos, acompanhando um par de chiquérrimos sapatos scarpins da cor da pele. Tinha usado o banheiro para me refrescar, perfumar e retocar a maquiagem. Aproveitei e prendi a franja do cabelo em um penteado simples e elegante com uma pequena presilha. Peguei a bolsinha de couro e estava pronta. Susan cerrou os lábios quando me viu. Desde o dia anterior, quando nos pegou no banheiro, lançava-me olhares de pura reprovação, sem esconder seu desgosto. O que só me divertia um bocado. Parei ao lado de sua mesa e sorri.

- Jenna está aí?

- Sim, senhora

- Oh, eu sabia que esperaria por mim. Vou levá-la para jantar. Quer ir conosco, Susan?

- Eu? – Olhou-me por cima dos óculos, franzindo o cenho. – Claro que não!

- Ora, por quê? Amigos de escritório tem que confraternizar entre si.

- Sim, eu vejo bem como "confraternizam" ... – O comentário escapou sem querer, pois, na hora ficou corada e apertou os lábios com raiva.Eu ri, achando graça.

- A vida é boa, Susan. Para que perder tempo? Devia seguir meu exemplo, querida.

Naquele momento a porta do escritório de Jenna abriu e ela surgiu, toda de preto, camisa, calça, sapato. Eu quase lambi os lábios ao vê-la. Ficava linda de qualquer jeito, mas aquela cor em contraste com seus olhos e os cabelos deixava arrasadora, espetacular. Senti um baque por dentro, algo que fez meu coração falhar uma batida e então acelerar sem controle. Aquilo me assustou e parte do divertimento que sentia provocando Susan se foi substituído pelo desejo e por um sentimento desconhecido, uma espécie de choque e alegria misturados, coisas um tanto inéditas para mim. Quando ela sorriu então, o sorriso lindo completando todo o conjunto de beleza, engoli em seco, abalada.

- Estou pronta para ser levada para jantar. – Brincou, piscando devagar, charmosa. Passou o olhar por meu corpo. – Está linda.

Fiquei um pouco desnorteada. Ela tinha um jeito seguro e à vontade consigo mesma que me deixava cada vez mais perdida, que me envolvia em sua rede sem que ao menos eu percebesse que estava caindo. Fui salva por Susan, que se levantou de sua cadeira e pegou sua bolsa, chamando a atenção de Jenna, desviando seu encantamento e me deixando soltar o ar que eu nem sabia que prendia.

- Eu já vou, senhora Jenna. Precisa de mais alguma coisa?

- Não, Susan, obrigada. Tenha uma boa noite.

- A senhora também. – Fitou-a e era óbvio que sentia carinho por ela. Depois me olhou de modo esquisito, como se quisesse dizer algo. Notei que parecia preocupada, como se achasse que ela merecia coisa melhor. Eu sorri, embora concordasse com ela. Não era mulher para Jenna. Nem para mulher nenhuma. – Boa noite para vocês

- Boa noite, querida. – Depois que ela saiu, olhei divertida para Jenna, dizendo: - Me senti agora como um gato prestes a abocanhar o passarinho.

- O passarinho sou eu?

- O que acha?

- Tenho algo melhor que você pode abocanhar à vontade. – Aproximou-se e nos pusemos a caminhar pelo corredor, enquanto eu dava uma risada e indagava:

- Anjinho, anjinho ... – Sacudi a cabeça, mas me calei quando chegamos perto dos elevadores e nos encontramos com outros funcionários. Nos olhamos e cumprimentamos e percebi a curiosidade deles vendo-me perto da chefe. Talvez Susan já tivesse contado que tínhamos um caso, pois nos fitavam veladamente.

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora