Reconciliação

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Boa tarde, queridos leitores!!

Segue mais um capítulo.


Jenna


Eu já estava a ponto de sair quando meu pai chegou. Senti a dor da saudade e muito mais quando me olhou e me cumprimentou sem a frieza dos últimos dias.

- Podemos conversar, filha?

- Claro.

Nós nos sentamos em poltronas no escritório. Eu aguardei, curiosa. E ele começou, fitando-me com calma, mas com emoção:

- Eu e sua mãe queríamos ter mais filhos. Mas ela teve complicações no parto e não pôde mais. Você seria a única e tanto eu quanto ela a amamos tanto que achamos que acabaria se tornando mimada e insuportável. E não. Sempre foi uma boa menina. Honesta, educada, carinhosa conosco e com as outras pessoas. Uma moça estudiosa, que nunca nos deu trabalho nenhum. Quando Natalie ficou doente, você esteve com ela. Não nos deixou na mão em nenhum momento. E quando ela morreu, mesmo sofrendo tanto quanto eu, quis me confortar. Sempre soube que era a melhor filha que alguém podia ter. E mesmo assim, não acreditei em você quando Grace me contou suas mentiras.

Eu o ouvia, atenta. Uma emoção indescritível me envolvia, pelo modo carinhoso com que falava comigo e por finalmente acreditar em mim.

- Fui preconceituoso por suas escolhas sexuais. E por quê? Por que nunca tive nada para reclamar de você e me agarrei a isso? Eu não sei. Mas quero pedir perdão, filha, por meus próprios erros. Por minha falta de confiança, por julgar você. A vida é sua. Não sou eu que vou dizer como vivê-la. – Respirou fundo, sem tirar os olhos dos meus. – Você pode me perdoar, Jenna?

- Não há nada que perdoar, pai.

- Claro que há!

- Está tudo bem. Eu só não queria que acreditasse que eu poderia trair o senhor. – Falei baixo. Aquilo tinha me machucado muito, mas não o disse. – Nunca seria capaz disso.

- Eu sei que não. Eu me enganei de propósito, pois não estava pronto para ver que minha mulher é que me enganava.

- E agora está?

- Fui forçado a ficar. – Sorriu lentamente.

- Como? – Estava curiosa.

- Ela me contou.

Fiquei surpresa. Acenei com a cabeça.

- Por essa eu não esperava. Sinal de que se arrependeu.

- Com um empurrãozinho.

Emma. Eu o olhei e franzi o cenho

- Emma?

- Ontem à tarde ela foi lá em casa. Eu não estava. Teve uma conversa com Grace e gravou ela dizendo que tinha mentido por que estava desesperada e queria ser uma submissa, como dizem aí no seu mundo. Emma ameaçou me mostrar tudo, mas deu a Grace um prazo para me contar tudo. E foi o que aconteceu.

Eu estava surpresa. Ela tinha comentado uma vez que ia me ajudar e desmascarar Grace, mas não levei a sério. E agora aquilo. Por isso tinha pedido para sair cedo. Para fazer algo por mim.

Fui invadida por sentimentos diversos, todos eles servindo para amansar a raiva que vinha sentindo dela. Que maior prova eu poderia ter que se preocupava comigo do que aquela?

Fiquei imóvel, enquanto palavras de James vinham á minha mente, me alertando que ela tinha feito besteira por que deixei, por que sabia e não tentei impedir e por que estava insegura. Ele tinha razão. Mais de uma vez testemunhei seu medo de se entregar, sabia que tinha algum trauma, mas nunca insisti em saber mais, em dizer o quanto gostava dela, em procurá-la além de sexo. Eu esperei sua entrega sem me entregar em troca.

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora