Hora de arriscar.

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Boa noite, meus leitores!! Mais um capítulo fresquinho para vocês! Espero que gostem.


Jenna


Eu e Emma nos evitamos por dois dias. É claro que nos vimos, trabalhando juntas em salas lado a lado. Conversamos sobre trabalho. Mas os charmes e as conversas de duplo sentido ficaram em segundo plano. Eu a sentia mais arredia e acho que finalmente se deu conta de como seria difícil qualquer tipo de relação entre nós. Algo que percebi desde o início. Para quem era baunilha, tudo aquilo poderia parecer confuso. Mas quem vivia no mundo BDSM entenderia perfeitamente que era uma coisa quase impossível duas Dominantes puras conseguirem desenvolver uma relação prazerosa e verdadeira para ambas, pelo simples fato de que uma não teria como se alimentar do que a outra poderia lhe dar de mais profundo: sua submissão.Pessoas ficavam juntas o tempo todo, atraídas sexualmente uma pela outra ou por interessesem comum. Eu e Emma tínhamos interesses assim e estávamos atraídas, mas até que ponto isso seria o bastante para nós? Uma acabaria tendo que ceder e não podia ser contra à vontade ou para agradar, pois aí o prazer deixaria de existir. Como Dominadora, eu não me sentiria sendo eu mesma ao ceder o controle a uma mulher. Estava muito bem resolvida sobre isso, era minha essência, o que havia de mais concreto e verdadeiro sobre mim. Não importava se aos olhos do meu pai e de muitas outras pessoas eu era apenas uma mulher educada e agradável. Eu sabia que ia além disso. Conhecia meus desejos e necessidades. E achava a vida curta demais para perder tempo tentando me enganar e fingir algo que não era. No entanto, o que me incomodava naquilo tudo era a atração que eu sentia por Emma, mesmo sendo ela a antítese do que eu buscava em uma mulher. Havia algo a mais ali em meio a toda aquela arrogância e força, que me atraía de maneira diferente, intensa. Na noite de terça, quando dançamos juntas, senti um tesão tão forte que quase me descontrolei. Joguei minhas dúvidas, princípios e certezas para o ar, levada pela luxúria, pelo desejo de fodê-la sem me preocupar com mais nada. E só não o fiz por que ela recuou. Ela usou algo que eu sempre me orgulhava de ter: razão. É claro que ainda a queria. Quando nos encontramos na quarta-feira pela manhã em minha sala para discutir alguns assuntos referentes a pacotes promocionais, não tocamos sobre a noite anterior. Cada uma ficou na sua, desconfiada, contida. O desejo estava lá, incontrolável pois não dependia da nossa vontade, era questão de pele, de química. Mas nem eu e nem ela tentamos fazer algo a respeito. Naquela quinta-feira nos encontramos no corredor e nos cumprimentamos. Não pude deixar de reparar o quanto era linda e elegante, o quanto sua sexualidade latente mexia comigo. Assim como não deixei de notar seu olhar guloso. Mas sorrimos educadas, trocamos rápidas palavras polidas e seguimos nosso caminho. Era melhor assim. Aos poucos nos acostumaríamos em conviver lado a lado sem um envolvimento sexual. Afinal, éramos como óleo e água e as chances de alguém sair daquilo eriamente machucado eram muito grandes. Naquela noite teríamos que quebrar o acordo sigiloso de distanciamento mútuo. Meu pai tinha insistido em um jantar na sua casa de boas-vindas para Emma e seria extremamente grosseiro não comparecer. Isso sem contar o fato que ele andava reclamando de minhas ausências cada vez maiores e espaçamento das visitas, mas eu tinha meus próprios motivos. E um deles era minha madrasta, Grace. Meu pai, depois que minha mãe faleceu de câncer há seis anos, passou a se relacionar com outras mulheres, todas bem mais novas que ele. Tinha tido um bom relacionamento com a esposa enquanto casado, ambos se davam bem e se respeitavam. Se alguma vez teve casos extraconjugais, foi muito discreto. Minha mãe era linda, doce, o enchia de mimos e a mim também. Acho que ficamos mal acostumados. Chloe me lembrava minha mãe. Ambas eram lindas, ternas e fortes, apaixonadas e carinhosas. Eu tinha certeza que teria uma vida plena ao lado dela, como meu pai teve com a esposa. No entanto, as coisas não tinham saído como desejei e já tinha me conformado.Mas meu pai ficou um pouco perdido. Talvez até bobo. Tinha um lado dele muito brando, de se acomodar um pouco nas coisas e de acreditar nas pessoas. Mulheres interesseiras e fúteisse aproximaram dele naquele tempo e fiz o possível para abrir seus olhos. Mas com Grace não teve jeito. Ela tinha apenas 23 anos quando eles se conheceram e ele 58. Diferente das outras, Grace foi mais esperta. Tornou-se sua amiga, seduziu-o, fez jogo duro. Deixou-o completamente apaixonado por seu jeito doce e sua beleza. Comigo era simpática e agradável. Eu não tinha nada para usar contra ela, a não ser meu instinto. Vinha de uma família certinha de classe média, era suave e deixou meu pai tão louco que em seis meses estava casado com ela. No início, foi tudo tranquilo. Ele era um homem feliz e a amava com loucura. Grace era educada, simpática, tratava-o bem, uma esposa perfeita. Mas sempre tive o pé atrás com ela. Não era preconceito meu, pela diferença de idade. Era algo que eu pressentia, algo no olhar e no jeito dela não me convenciam totalmente.E agora, depois de dois anos de casados, os sinais começaram a aparecer. O modo como me olhava e sorria, me incomodavam. Algo tinha acontecido nos últimos meses e eu não entendia bem o que era, mas sabia o que importava: que minha madrasta estava com segundas intenções comigo. Não era descarada nem nunca me deu uma cantada. Mas havia um olhar diferente aqui e ali, um lamber de lábios, um charme comedido mas diferente. E cada vez aquilo aumentava, como se ela procurasse mostrar sem ser explícita, sem meu pai notar nada. E por isso passei a evitar cada vez mais a casa deles. E a ser mais fria com ela, para que se tocasse. Era uma situação realmente tensa e incômoda. Eu só esperava que fosse um caso isolado e logo Grace se contivesse, ou teria que chamá-la em um canto e ter uma conversa séria. Mas meu pai insistiu demais e não tive como fugir do jantar. Fui para casa à noite naquela quinta-feira, tomei banho, pus uma roupa confortável e elegante e fui para a mansão deles. Quando cheguei, Emma já estava lá, sentada na sala com o casal, tomando vinho e conversando amigavelmente.

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora