Conselhos!

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Boa tarde, queridos leitores!!

O capitulo de hoje está bem curtinho, mas espero que vcs gostem!! Rs.

Eu vou tentar postar capitulo toda semana.

Boa leitura a todos.


Jenna

Encontrei James no bar. Naquela noite eu não queria ficar sozinha de novo e precisava de alguém para desabafar. Cheguei primeiro e sentei, pedindo Whisky, que tomei de uma vez. Já estava no segundo quando meu amigo se sentou em frente e me cumprimentou num gesto de cabeça, indagando com aquele seu jeito direto:

- Emma?

- Como você sabe? – Encarei-o.

- Estava claro que ela procurava problemas. – Chamou o garçom e pediu também uma dose de Whisky para si.

Nem pude retrucar, pois tinha razão. Fitou-me atento, recostando-se no banco.

- O que ela fez?

Contei resumidamente, enquanto ouvia calado, sem se alterar. Somente quando terminei, moveu a cabeça. Não era homem de usar palavras à toa, mas geralmente acertava em suas impressões.

- Eu estaria puto em seu lugar, mas isso já era esperado. Você sabia que ela tentaria te afastar, Jenna.

- Sabia, mas não imaginei que pegaria tão pesado. – Bati o copo na mesa, revoltada.

- Você acha que foi pesado? Eu não. – Deu de ombros. Olhei-o na mesma hora.

- Tá maluco, James?

- De certa forma, não transou mesmo com a mulher. Ou pelo menos não deixou que transasse com ela. E nem te traiu. Ela a chamou. Estava se protegendo do que sente por você.

- Virou psicólogo agora? – Falei irritada, embora soubesse que tinha razão. Mas meus sentimentos envolvidos e meu ciúme não me deixavam aceitar.

- O que mais me surpreendeu ... – Continuou: - Foi o resto da história.

- Que resto?

- Ela ter ido ao seu escritório tentando voltar com você. Teve tanto trabalho para te afastar para se arrepender logo depois.

- Queria sexo. – Resmunguei.

James deu aquele seu sorriso meio de lado, como se achasse graça de mim.

- Sexo ela poderia ter com qualquer uma. Pare de ser babaca, Jenna. A mulher está completamente na sua, assim como você está na dela.

- Dispenso mulheres a fim de mim que dão em cima dos meus amigos e depois transam com uma mulher qualquer. Não nasci para ser corna.

O sorriso de James aumentou e ele sacudiu a cabeça.

- Dei minha opinião e sabe que tenho razão. Sempre tenho.

- Filho da mãe presunçoso ... – Falei entredentes e suspirei. – To muito puta. Dessa vez Emma foi longe demais.

- Talvez ela tenha agido certo.

Olhei-o de imediato, franzindo o cenho.

- O quê?

- É engraçado. – James brincou com o resto do Whisky em seu copo, pensativo. – Pensei que você seria a primeira a arrumar mulher e filhos, foi o que sempre quis. E no entanto, está aí, sozinha. Recuando mais uma vez.

- Eu não estou recuando! O que queria que eu fizesse? Desse risada vendo Emma chicoteando e jogando com uma submissa?

- A questão é que você sabia o tempo todo que ela estava assustada e faria besteira. Tentou impedir em algum momento?

- Impedir como?

- Ela estava insegura, Jenna. Qual é, ficou burra depois de velha? Na certa achava até que ainda estava a fim de Chloe. Alguma vez disse que gosta dela? Demonstrou alguma coisa?

- Agora a culpa é minha?

- Pra mim, é.

- Porra, você é amigo de quem?

- Seu. – Fitou-me, recostado, relaxado como poucas vezes ficava. – Acho que no final das contas a mais romântica do grupo tem medo do amor. Fugiu de Chloe e agora está fugindo da Emma.

- Não sei por que te chamei aqui. Só está falando merda! – Reclamei.

- Você recua, mano. Como está fazendo agora.

- Certo. E você virou especialista em amor. O cara que se casou só para unir duas fortunas, que nunca deixou mulher nenhuma chegar perto. – Ironizei, mas o vi empalidecer um pouco e ficar sério. Franzi o cenho, sem acreditar. – Cara, não acredito! Você já ficou caído por uma mulher! Quando foi isso?

- Passado. – Disse entredentes, seus olhos azuis claros fechados, como se o assunto o incomodasse.

- Como eu nunca soube disso? Quem foi?

- Não conheceu. E já tem muito tempo.

- Quando?

- Quatro anos atrás.

Tentei lembrar daquela época. Então recordei que teve um tempo que achei James esquisito mesmo, sumido, depois mais calado que o habitual. Mas nunca me disse o que tinha sido.

- O que aconteceu?

- Não deu certo.

- Você já namorava a Amy naquela época. – Afirmei.

- Sim.

- E qual era o nome da moça?

Ele ficou calado, quase como se temesse pronunciar o nome dela. Só ali eu já saquei que a coisa tinha sido mais séria do que ele dizia. James não vacilava diante de nada. Aguardei. Por fim disse baixo, quase como se fosse uma oração:

- Layla.

Fiquei sem palavras, vendo a profundidade de tudo aquilo para ele. Sempre fomos amigos e não tinha contado nada nem para mim e nem para Noah. Tinha sido uma parte de sua vida que guardou somente para si.

Indaguei-me como uma única palavra, um nome, podia invocar tantos sentimentos num homem fechado e controlador como ele.

- Se arrepende por ter perdido essa moça, James?

Olhou-me controlado, frio como sempre, dono de si mesmo. Mas algo parecia fora do lugar quando disse apenas:

- Não. Fiz o que tinha que fazer.

Fiquei quieta. Imaginei se um dia, no futuro, eu me sentiria como ele. Seguindo em frente, mas obviamente sem esquecer a mulher do seu passado. Achei que não gostaria de me sentir daquele jeito, mas ainda estava magoada demais com Emma.

Tinha dificuldade em perdoar as pessoas. E com ela não seria diferente. Principalmente por ter me apaixonado e me entregado. Sentia-me sozinha. Primeiro traída por meu pai, que preferiu acreditar nas mentiras de Grace. E agora por Emma.

Mas conversar com James tinha me aberto os olhos para outras coisas. E tinha servido para desabafar.

Não sabia como seria dali para frente. Talvez só o tempo dissesse.

No entanto,eu não a perdoava. Não por enquanto.E talvez nunca.

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora