Ciúmes

611 35 6
                                    

Boa tarde, queridos leitores!
Desculpem a demora para postar, eu estava fazendo algumas coisas 
e acabei esquencedo hahah.

Emma

Eu fitei Jenna, enquanto ela dirigia seu carro naquela noite do dia 24 de dezembro. Tinha ido me buscar para passar o Natal na casa de seus amigos, como sempre gentil. Mas algo nela permanecia triste e eu sabia que era o fato de passar pela primeira vez o Natal longe de seu pai e da casa em que foi criada. Edward tinha ido viajar com aquela cobra da Grace e não tinha nem se dado ao trabalho de ligar para ela. Tentei confortá-la e já planejava uma maneira de desmascarar aquela mulher, mas ficava difícil com ela longe. Assim, apenas demonstrei que estava do lado dela, sendo o mais próxima possível. Por aquele motivo aceitei o convite, pois na verdade não gostava daquelas datas. Geralmente ficava em casa sozinha mesmo, recusava convites de amigos. Aquele lance todo de família não era para mim. Mas lá estava eu no carro dela, disposta a qualquer sacrifício para estar ao seu lado e confortá-la. Desviei o olhar para a janela, perturbada. Não gostava do rumo que as coisas estavam tomando. Ficar com Jenna devia ser só uma coisa de pele, de muito sexo até ficarmos satisfeitas. Não aquela preocupação e aquele desejo de estar perto, de ver feliz. Desde que voltamos de Portugal, eu inventava desculpas para não sair com ela, tentando me recuperar daquela viagem e pôr minha cabeça em ordem. Mas quando me chamou para passar a noite de Natal com ela, com aqueles olhos doces sombreados pela tristeza, não pude resistir. E isso me incomodava demais. Não queria me ligar em mulher nenhuma. Mas desde a viagem eu já acordava com Jenna na cabeça, tudo parecia melhor quando eu a via e notava seu sorriso, ou quando recebia seu olhar quente. O ar estalava entre nós, quente e cheio de química e era impossível não pensar em sexo, não querer repetir cada uma das vezes que transamos. Foi difícil resistir a ela. Mas aguentei firme. No entanto, não tinha adiantado muito. Por que de qualquer forma ela não saía do meu pensamento. E comecei a me questionar, a analisar tudo, o pânico rondando a superfície, a razão tentando me alertar dos riscos que ela representava para mim. O "somente sexo" estava fugindo ao controle. Eu me sentia agoniada, sufocada, como se fosse sugada para o meio de um furacão, sem ter meios de me agarrar e lutar, impedir. Tudo piorava com aquela data. Odiava Natal e Ano Novo. Lembrava da minha infância, quando acreditava em Papai Noel e ficava esperando o presente que nunca vinha. Quando minha mãe se animava toda e assava um frango ouvindo músicas natalinas no rádio velho e eu corria a ajudar, achando que naquele ano seria diferente, só para ficar sozinha novamente e ela caída bêbada em um canto. Foram anos e anos esperando, ansiando, invejando as outras famílias, até desistir de vez e passar a dormir. Em algumas ocasiões ela me deixava sozinha e saía pelo bairro bêbada, comemorando, indo na casa de vizinhos e dando vexame. Nunca ganhei um presente ou passei uma noite em família. Nem quando pequena, nem quando fui morar com minha tia, sempre sem dinheiro e estressada, cheia de filhos. Ao menos ela comprava besteirinhas para as crianças. Mas não para mim, com quem sempre foi ríspida. Eu era uma boca a mais para alimentar e só valia por que tomava conta de seus filhos, cuidava da casa e da comida. Mas nunca deu ao menos um sorriso para mim. E mesmo depois de adulta, fugi do Natal. Era só uma baboseira para gastar dinheiro e encher a cara. Por isso não podia acreditar que estava ali com Jenna. Saber que aceitei, que comprei vestido e sapatos novos e caprichei no visual, que inclusive me preocupei em comprar um presente para ela, era realmente de assustar. E eu estava sim amedrontada, com tudo que sentia, como me fazia ter reações inesperadas, como se não fosse eu. E ao mesmo tempo que pensava em fugir, em me proteger de tudo aquilo, eu tinha cada vez mais necessidade de estar com ela. Essa era a palavra certa: Necessidade. E nunca precisei de ninguém. A cada dia me sentia mais confusa. Sexualmente, Jenna me levou a um outro patamar, diferente de tudo que já tinha experimentado, do meu porto seguro de dominadora e dona das rédeas. Eu estava pior do que cego em tiroteio, perdida, levada em uma enxurrada de novas sensações e sentimentos. E emocionalmente ela me puxava para si, me atraía como um ímã, me deixava fraca e entregue. Como reagir, quando era tão gostoso me dar? Quando Jenna me envolvia sem que ao menos eu tivesse forças ou desejo de resistir, somente minha razão ainda me alertando do perigo?

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora