Explorando a cidade

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Jenna

A reunião com nossos contatos no Hotel Yeatman, no Hotel e Pousada Gaia e na sede de nossa agência no Porto correu às mil maravilhas e sem problemas. À tarde já tínhamos resolvido tudo, assinado contrato, estipulado pacotes e valores. Emma tinha sido muito eficiente e organizado os acordos e a maior parte dos Estados Unidos, assim coube a nós apenas avaliar, questionar e discutir alguns pontos e chegarmos a um senso comum. Saímos às ruas de Porto por volta das três da tarde. A cidade estava clara e linda, com um ventinho frio que soprava do rio Douro e do Atlântico. Bem agasalhadas e alegres com os resultados das negociações, sorrimos uma para a outra, animadas a explorar a cidade.

- Posso ser seu guia turístico? – Ela indagou, tão linda que minha vontade era arrastá-la de novo para a suíte e passar a tarde na cama. Não necessariamente na cama. Mas teríamos tempo para aquilo.

- Eu agradeço. – Sorri de volta e entrelacei meus dedos aos dela enquanto caminhávamos. Senti que vacilou um pouco, mas não afastou a mão.

Estávamos bem no centro e resolvemos ir a pé até a ponte Luís I, atravessando-a pela plataforma inferior.

Olhei para vários cadeados presos nos ferros com nomes de pessoas e parei, olhando-os curiosa. Emma sorriu, encostando em mim, indagando:

- Sabe o que é isso, Jenna?

- To tentando descobrir.

- São cadeados que casais apaixonados colocam aqui após trocarem juras eternas de amor. Depois atiram a chave no rio. O cadeado fechado, com a chave perdida, simboliza um amor eterno. Quando nasce algum filho fruto desse amor, muitos desses casais regressam aqui e juntam outro cadeado aos deles. – Explicou, sua mão ainda bem presa na minha.

- Que romântico ... – Olhei os tanto cadeados que se estendiam pelos ferros a perder de vista. – Quantos desses amores podem ter conseguido ser eternos?

- Com certeza nenhum. – Emendou. Quando a fitei, deu de ombros, jocosa.

- Como você sabe? Não acredita no amor?

- Fala sério, Jenna. Quem você conhece que passou a vida toda apaixonado?

- Muita gente. Acontece.

- Eu acho que não.

Ergui uma sobrancelha e me encostei em uma parte do ferro, fitando-a com atenção

- Então nem adianta perguntar se tem algum cadeado aqui com seu nome

- Claro que não! – Riu, sacudindo a cabeça. – Seria mais fácil eu vir aqui para jogar uma das minhas ex amantes lá embaixo no rio e não pôr cadeados com juras de amor eterno

- Que mulher cínica ... – Acabei sorrindo, notando mais uma vez como era avessa a relacionamentos. Completei: - Pois o dia que eu me apaixonar de verdade e for retribuída, vou voltar aqui e pôr um cadeado com nossos nomes. E mais outros com nossos filhos.

- Isso é bem você mesmo, meu anjo. – Suspirou, passando o dedo em meu queixo. Disse com ironia: – E quando um dia nos encontrarmos, no futuro, pode me dizer se o amor foi eterno mesmo.

- E se estivermos juntas até lá?

Sabia que minhas palavras a tocariam e fiz de propósito. Arregalou os olhos e riu, sem vontade:

- O quê? Tá maluca?

- E por que não?

- Eu nunca vou ficar com uma mulher mais do que o necessário para foder bastante. Vem, vamos sair daqui. – Foi me puxando pela ponte, enquanto os carros passavam pela pista ao nosso lado.

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora