Enterrando o passado

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Boa tarde, queridos leitores!!

Esse capítulo é um pouco grande, mas acredito que vcs vão gostar. rs

Tem um hot meio pesadinho nesse capítulo! Se não gostar de hot, oriento a não ler!!


Emma


Quando eu acordei ainda era de madrugada e o quarto estava mergulhado na penumbra. Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi Jenna, deitada de lado, um de seus braços em volta da minha cintura, dormindo profundamente. Fui invadida por uma miríade de sentimentos e fiquei imobilizada, sem poder deixar de olhar para ela.

Não podia acreditar que estava ali novamente, comigo. Do jeito que tinha ficado furiosa e me tratado, achei que nunca mais ia querer saber de mim. E no entanto, quando o porteiro avisou que ela estava ali, achei que era hora de partir pro tudo ou nada. Apelei para o que nos unia desde o início: sexo. Aquela química explosiva que havia entre nós e que consumia tudo. E não errei. Só não tinha imaginado que uma iminente reconciliação tomaria proporções tão gigantescas.

Ergui a mão e acariciei seu rosto. Não conseguia me manter longe de Jenna o suficiente. Quanto mais eu tinha, mais parecia querer. No entanto nunca pensei que aquele nosso retorno trouxesse declarações de amor, como aconteceu.

Naquele momento, em que disse que me amava, todo o resto deixou de ter importância. Eu me dei conta que só importava estar ao seu lado e me entregar a ela. Mas ainda estava assustada.

Jenna tinha tomado de mim muito mais do que pensei em dar. Longe dela eu até conseguia ser mais racional e pensar em tudo, mas quando estava em sua companhia perdia a razão e o foco e era toda sentimentos. Ela tinha aquele poder de envolver e atrair, de me tornar melhor. De fazer com que eu confiasse e isso era o mais difícil para mim.

Agora me sentia nervosa. Sabia que nossa volta e nossa declaração representavam um compromisso maior. Eu também estava com medo de perdê-la de novo e isso me impulsionava a tentar ser melhor, a investir no que fosse preciso, pois não suportaria passar mais dias sem sua companhia, vendo e recebendo a sua frieza.

Passei os dedos em seu cabelo castanho escuro desarrumado e Jenna abriu os olhos, encontrando os meus. Parei, uma parte de mim se enchendo de medo, de um medo que ainda era muito real, mas que eu teria que vencer. Ao mesmo tempo, fiquei em júbilo. Por que não estávamos mais separadas e por que ela me amava.

Entreabri os lábios, emocionada, abalada, como uma criança que começa a engatinhar. Passei a vida fugindo de mim mesma, dos meus sentimentos, presa em acontecimentos do passado que ajudaram a forjar quem eu era, que fizeram de mim uma lutadora, mas também uma medrosa nas questões sentimentais. Só um anjo mesmo para abalar minhas estruturas e me vencer, para me fazer largar todas as defesas no chão e arriscar pela primeira vez na vida.

Como se soubesse como eu me sentia, de um lado maravilhada, de outro ainda assustada, Jenna sorriu. Segurou meu pulso e virou o rosto, depositando um beijo na palma da minha mão e dando uma leve mordida. Estremeci, ainda muito quieta. Mas não por muito tempo. Logo me olhava de novo e indagava:

- Vai recuar?

Foi direto ao ponto, sem preâmbulos. Em outra época eu seria irônica e me desviaria do assunto. Eu ia rir e fingir que não sabia do que falava. Disfarçar tudo apelando para o sexo. Mas agora não. Agora eu me sentia mais segura e temia fazer besteira de novo. Faria tudo e qualquer coisa para não afastá-la de mim.

- Não. – Murmurei, encantada quando seu sorriso se ampliou, terno, quente, meu. Soltou meu pulso e, com a cabeça depositada no travesseiro ao lado do meu, ficou me olhando, como se pudesse ler quem eu era.

Submissão - JEMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora