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Victor.

Domingo; Campeonato de Patinação Artística.

São exatas oito horas da manhã. O nervosismo tá me corroendo por dentro e a ansiedade me consumindo.

Ontem passei o dia com a Taina, ensaiamos, comemos, ensaiamos de novo, assistimos filme e depois fomos "jantar" na Cristal. Foi um dia bom, ficar com ela me deu certa tranquilidade, sem contar nas conversas que tivemos sobre família. Ela me contou que perdeu a mãe, eu contei que minha mãe não fala comigo de forma alguma, ela me disse que tem uma boa relação com o pai e eu disse que queria isso com o meu. Ela é uma pessoa ótima pra conselho, tirando a parte que ela joga as verdades na sua cara e foda-se seus sentimentos.

Pelo menos ela não joga água morna na onde merece um balde de água fria.

Coloquei todas as minhas coisas na mochila que comprei ontem com a Taina. Precisava? Não, mas comprei assim fica reservada somente pra isso.

Fui até minha escrivaninha e rasguei um pedaço de papel. Eu não iria conseguir falar com o meu pai diretamente sobre o campeonato, então decidi deixar um bilhete na porta do seu escritório;

"hoje é o dia do meu campeonato, está convidado a ir pai."

Suspirei após os pensamentos ruins começarem a surgir. Balancei a cabeça em negação para que eles fossem embora e peguei o papel e meninas coisas pra descer lá pra baixo.

Parei na porta do escritório do senhor Vicente e deixei o bilhete preto com uma fita. Dei uma última olhada e fui me encaminhando para a porta de saída.

ㅡ boa sorte querido! ㅡAna disse como um sussurro. Olhei para trás e agradeci com um sorriso de canto.

Bati a porta e o motorista estava a minha espera com a chave do meu carro em mãos. Pedi a ele que tirasse da garagem para adiantar meu lado.

Entrei no carro e joguei minhas coisas no banco de trás. Liguei e olhei meu celular para ver as horas e de quebra pra ver se tinha mensagem da Taina e...tinha.

"Espero que não esteja nervoso. Te vejo lá.

Sorri de canto e abri a aba das mensagens vendo uma do Gustavo perguntando quando a gente podia marcar um Valorant. Não iria responder, só de pensar que estou indo agora pra um campeonato de patinação onde meus amigos acham a coisa mais ridícula do mundo e um deles me mandou mensagem agora, já me dá tremelique. Desliguei o celular e joguei no banco do passageiro. Liguei o carro e dei partida pro estádio.

Hoje é o meu grande dia.

[...]

Entrei pela porta e essa porra já estava LOTADO. Tá, exagerei. Nem tão lotado, mas se você olhar a arquibancada são poucos os lugares vazios.

Respirei fundo e continuei andando até o vestiário masculino.

Já havia chegado alguns membros que também estão participando desse campeonato. O vestiário estava meio cheio, por sorte tem outro no andar de cima então evita a aglomeração aqui dentro. Tinha pra ambos os sexos, mas só fiquei sabendo hoje que seria exclusivamente para homens. Wilians e seus segredinhos.

ㅡ Victor, ne? ㅡum rapaz loirinho parou na minha frente apontando o dedo pra mim.

ㅡ depende, existe vários! ㅡrespondi meio seco. Talvez querendo, talvez não, depende.

ㅡ filho do Vicente Camilo? ㅡera eu. Ô merda.

ㅡ sim! Porque? ㅡfui rude novamente. As pessoas adoram ver meu pai em mim, somos muito parecidos e por isso me reconhecem fácil.

𝗔 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝗼𝗻 𝗶𝗰𝗲 ㅡ (Tainactor) Onde histórias criam vida. Descubra agora