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Victor.

Que merda. Tanto lugar pra eles treinarem e tinha que ser justo aqui? Inferno, lixo.

Escutei passos no corredor e entrei em baixo de uma mesa branca que tinha na sala que eu entrei.

ㅡ Victor? ㅡescutei a voz da Taina. Ufa, era ela. Sai de baixo da mesa e pedi que ela entrasse e assim ela fez e fechou a porta novamenteㅡ Porque você está fugindo do time de hóquei?
ㅡela perguntou cruzando os braços.

ㅡ o capitão do time é meu melhor amigo junto com um dos membros. Não quero que eles me vejam aqui. ㅡexpliquei. passei as mãos no rosto nervoso e me sentei na cadeira da mesa.

ㅡ não acredito que está com medo dos seus amigos te verem aqui, que piada! ㅡela riu irônica e se sentou em cima da mesa me olhandoㅡ que amigos que você tem, ein.

ㅡ são os melhores, diga-se de passagem. ㅡdei de ombros.

ㅡ melhores? Você ta com vergonha deles te verem aqui, acorda Victor. ㅡretrucou. Eles podem não ser os melhores, mais já fizeram muito por mim e eu sou grato pra porraㅡ quem é o capitão do time, Victor? ㅡperguntou parecendo curiosa.

ㅡ Vinícius Camarozano, conhece? ㅡa olhei para ver sua reação. Ela ficou normal aparentemente.

ㅡ conheço ele. Por nome mesmo, nunca troquei ideia ou coisa do tipo. Ele é o melhor no hóquei por aqui né? ㅡri involuntariamente.

ㅡ podemos dizer que hoje tem alguém que supera o Vinicius.
ㅡencostei as costas na cadeira.

ㅡ quem seria?

ㅡ Gabriel Landeskog, capitão do Colorado.

ㅡ pra mim ainda era o Vinícius, nunca ouvi falar nesse homem aí!
ㅡfez cara de "foda-se".

ㅡ mudando de assunto, tem como sairmos daqui? Odeio lugares fechados. ㅡpedi me levantando da cadeira.

ㅡ vai sair pela saída principal? ㅡela perguntou. Virei pra ela e ela estava olhando as unhas e eu sentia um ar de deboche vindo dela.
Essa garota está me irritando.

ㅡ não, você vai me levar aos fundos! ㅡdei um sorriso sarcástico.

ㅡ tudo tem seu preço, Victor Camilo. ㅡela disse apoiando as mãos sobre a mesa e me encarando. Porque meu nome ficou gostoso de ouvir na voz dela? E outra, ninguém me chama assim.

ㅡ o que você quer? ㅡperguntei cruzando os braços.

ㅡ que seja o meu par nesse campeonato, como seu pai ordenou.
ㅡela me lançou um olhar desafiador.

ㅡ você está de sacanagem com a minha cara né? ㅡfalei indignado.

ㅡ não, você já foi colocado aqui pra ser meu par, o que custa se aventurar de uma vez? ㅡdisse fazendo gestos com as mãos otimistaㅡ você vai ver que o que você diz, não é nem um pouco verdade. Patinar no gelo é como pegar os problemas e dar um salto axel em cima deles. ㅡela falou olhando para o nada, como se viajasse no seus próprios pensamentos.

ㅡ o que me garante que vai ser divertido? ㅡperguntei. Olha eu realmente preciso pegar os meus problemas e dar um salto chanel neles.

ㅡ eu. E se não for, você tem o direito de parar e mentir pro seu pai o quanto quiser! ㅡela disse estendendo a mão para mim. Eu encarei sua mão por alguns segundo e depois tornei para seu rosto. O que é uma cassimba pra quem já está no fundo do poço, não é mesmo.

ㅡ fechado, está tudo nas suas costas. ㅡapertei sua mão.

ㅡ ei! Você também precisa se esforçar, sem essa! ㅡfranziu o cenho e soltou minha mão.

ㅡ calada, podemos ir embora? ㅡela assentiu.

ㅡ me espera aqui, eu preciso pegar minhas coisas no meu vestiário. ㅡela disse e saiu correndo. Nem deu tempo pra mim reclamar um pouco, sobre ela ter que ir lá em baixo e atrasar o meu lado por aqui. Chata.

[...]

Ela parou em frente a minha casa. Fomos no carro dela mesmo já que eu vim com o carro do meu pai e ele não me deixou dinheiro pro Uber.

ㅡ amanhã tem treino e vamos comprar sua roupa e o patins, espero que esteja preparado. ㅡela disse destravando o carro e me olhando.

ㅡ achei que você tinha esquecido disso já! ㅡrevirei os olhos encostando a cabeça no banco.

ㅡ eu não esqueci e nem vou deixar você esquecer! ㅡretrucou. Eu peguei meu casaco no banco de trás e abri a porta do carro pra sairㅡ ah, meu contato. Precisamos estar em conversa sempre, pra mim não te deixar esquecer o que combinamos. ㅡela me entregou um papel rasgado.

ㅡ vou jogar isso no lixo. ㅡdisse e bati a porta do carro.

ㅡ eu dúvido. ㅡescutei ela falar alto. Balancei a cabeça em negação e entrei em casa. A governanta estava pondo o lixo pra fora e por isso o portão estava aberto. Escutei o carro da Tainá dar partida e se foi.

Perguntei a Ana, a governanta onde estavam meus pais e ela me disse que eles foram pra empresa. Assenti e subi para o meu quarto, eu queria um banho pra poder jogar Valorant o resto do dia. Que aliás, foi muito cansativo.

𝗔 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝗼𝗻 𝗶𝗰𝗲 ㅡ (Tainactor) Onde histórias criam vida. Descubra agora