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Suzana e a tia acabaram de chegar de Monterrey com a amiga Estela.

— Então o Eurico queria que você assinasse papeis passando o sítio pra ele mesmo? — dizia Estela.

— Sim amiga olha que absurdo, agora eu sei que o Eurico é capaz de tudo... o pior é que ele nunca admite o que faz... ele me fez passar como louca ou burra que não entende as coisas... Mas pelo menos agora posso me ocupar com as coisas do sítio, não sei porque aceitei trabalhar com aquele homem...

— Pode esperar aqui fora Jaime acredito que não irei demorar... diz Eurico.

Eurico bate na porta.

— Estão batendo na porta quem será? — diz Carmen.

Violeta vai abrir a porta.

— Seu Eurico? — diz Violeta surpresa.

— A sua patroa está?

— Está sim... o senhor está com sorte elas acabaram de chegar de Monterrey...

— Quem é Violeta? — diz Suzana.

— Sou eu... Eurico diz já entrando na casa sem permissão.

— Eurico? O que é isto? Por que está entrando na minha casa deste jeito? — diz Suzana.

— Sua casa? Jajaja está bem...

— Sim minha casa... minha...

— Sou deficiente físico... você ia me deixar plantado ali fora? Você não tem pena de mim? — diz Eurico muito irônico.

— O que o senhor quer aqui? — diz Suzana.

— Vou ser rápido... quero que volte a trabalhar pra mim na contabilidade da fazenda...

— O senhor deve estar de brincadeira né? que piada é esta agora?

— Você acha que eu sairia da minha fazenda pra vim até aqui contar piadas? eu estou falando sério...

— O senhor tem a cara de pau de vir até aqui me chamar para trabalhar para o senhor depois de tudo o que fez?

— Aquilo foi um mal entendido... é melhor que esqueçamos aquilo...

— Sim claro... eu sou tão burra que não entendo as coisas e mesmo assim o senhor quer me chamar pra trabalhar pro senhor...

— Vamos esquecer aquela história eu não vim falar sobre aquilo... vim em missão de paz...

— Está certo... mas a minha resposta é não... não vou voltar a trabalhar na sua fazenda...

— Suzana aceite a minha proposta vou te pagar muito bem... eu estou precisando muito de um contador...

— Outro golpe seu Eurico? acha que vou assinar algum papel da sua mão? O senhor pode chamar outro contador quando quiser, não precisa inventar desculpas esfarrapadas para me fazer voltar para sua fazenda para me aplicar algum golpe ... agora não precisa fingir... com um telefonema o senhor consegue qualquer contador do mundo...

— Não pense que é tão fácil assim Suzana... Eu não posso andar... é muito mais difícil pra mim resolver as coisas...

— Suzy não vai nos apresentar? — diz Estela entrando na conversa para quebrar a tensão.

— Sou Estela Camacho seu Eurico... melhor amiga da Suzy e também sou estudante de medicina... muito prazer...

— Se é melhor amiga da Suzana já deve ter ouvido falar muito de mim...

— A Suzy já comentou algo a respeito do senhor comigo...

— Então ela já falou de mim para você?

— Sim claro... somos amigas...

— Olha Eurico isto não importa eu não tenho mais nada para falar com o senhor... por favor pode se retirar... diz Suzana.

— Eu preciso de um contador o mais rápido possível... até eu conseguir outro vai demorar muito... você se lembra que antes de você sair iríamos fazer o fechamento do mês para pagar os empregados ... se você não voltar eles vão ficar sem receber...

— Não venha querer colocar a culpa em mim não... agora se os seus funcionários ficarem sem receber a culpa vai ser minha?

— Você acha justo os meus empregados ficarem sem o pagamento? eu posso ser o que for, mas sei que eles dão um duro danado... não é justo eles não receberem...

— Eu também acho muito injusto... mas a culpa não é minha, eles são seus empregados... o senhor é dono da fazenda... o senhor é dono do dinheiro... não queira me culpar... o senhor pode contratar o melhor contador do mundo... não precisa mais armar este teatrinho... chame o Erick de volta...

— Eu demiti o Erick, inclusive já até acertei as contas com ele...

— Se for pro senhor me deixar em paz eu posso pedir indicação de um bom contador na faculdade...

— Não... eu quero você... Eurico diz quase gritando o que deixa Suzana e todos surpresos e sem entender a fala do homem.

— Melhor dizendo... quero que você volte a trabalhar pra mim... você já tinha pegado o jeito do trabalho... eu... não tenho tempo e nem paciência com novatos... preciso de alguém que já chegue e saiba o que e como fazer... Eurico diz muito sem graça tentando remendar sua fala anterior.

— O senhor não devia ter demitido o Erick... diz Suzana sem graça.

— Além de tudo eu fiquei de assinar os papeis do seu estágio Suzana...

— O senhor não precisa se preocupar quanto a isto...

— Eu falei que iria assinar e vou assinar... pode voltar Suzana eu te dou a minha palavra não tem golpe, nem truque nenhum... não vou mandar você assinar nada... pode ficar tranquila...

— O senhor seria muito burro se tentasse este golpe de novo...

— Eu não vou mandar você assinar nada... você só vai fazer o que fazia e ainda assinarei o seu estágio e te pagaria muito bem...

— Eu já disse que não estou precisando de dinheiro...

— Dinheiro nunca é demais... Suzana... você não vai voltar por mim, vai voltar pelos meus empregados... se eu não arrumar um contador logo, não vai ter como eu os pagar este mês...

— Sinto muito por eles, mas nunca mais coloco os pés naquela fazenda...

— Vou dar um tempo para você pensar como sempre...

— Ela vai pensar seu Eurico... obrigada pela visita... diz Carmen irônica.

O homem se retira voltando para sua fazenda.

— O que foi isto Suzy? Este homem veio aqui atrás de você... diz Estela.

— Eu não te disse Estela? Este sujeito não me deixa em paz... sempre armando alguma coisa contra mim...

— Amiga ele está obcecado por você...

— Está mesmo... obcecado em me prejudicar, em me humilhar...

— Ele é bem bonitão pessoalmente né amiga?

— Não acho não... Olha Estela não inventa história...

— Mas eu não disse nada Suzy...

— Pois não diga mesmo... não diga e nem pense... diz Suzana.

𝖠 𝖼𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈 ~ 𝖤𝗅 𝖼𝗈𝗅𝗈𝗋 𝖽𝖾𝗅 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora