A Fera e a Fera || TAEKOOK

15- Quando tudo se parece como nos filmes

JEON JUNGKOOK

   Quando eu era apenas um garotinho, todas as noites minha mãe cantava uma canção para mim até que eu adormecesse, e era sempre a mesma toda vez. Eu não entendia antes, mas a letra da música era sobre até onde você vai para ser feliz, e havia um trecho que sempre se destacava dos outros quando eu ouvia a canção.

"Para ser feliz, você precisa cobrir os ouvidos"

Creio que cada pessoa interprete de uma forma diferente, mas o entendimento nunca mudou: para ser feliz, precisamos parar de ouvir o que as outras pessoas dizem. Nossa felicidade depende unicamente de nós.

Estive pensando nisso enquanto meus dedos se deslizavam pelas teclas do piano que eu tocava para me distrair. Estava passando por um momento de confusão, meus pensamentos estavam bagunçados. Eu precisava decidir tanta coisa, mas meu único pensamento era alguém que não vejo fazem algumas semanas.

Encarei meus movimentos ágeis com as mãos, que sabiam exatamente para onde irem, enquanto tocava a mesma canção de quando Taehyung retornou para a Coreia. Quando, com dor em meu coração, o tratei indiferente.

Lembro-me do dia em que ele me pediu para tocar a primeira vez. Eu havia acabado de ganhar o piano, e não sabia como tocar, então nos sentamos juntos no banquinho, e ele colocou as mãos sobre a minhas, guiando meus dedos para a teclas corretas. Aquela foi a primeira vez que meu coração bateu forte por ele.

── Está tocando a mesma música fazem quase vinte minutos, eu gostaria de ouvir outra ── era a minha irmã. Haviam retornado.

Yuna e Taehyung estavam viajando desde que se casaram, quase três semanas atrás, e haviam acabado de retornar.

── Está de volta! ── me levantei e segui para abraçá-la. ── Senti sua falta

── Também senti sua falta, Kook ── proferiu, beijando meu rosto. ── Mas preciso saber...── disse ao se afastar do abraço. ── A senhorita Kim Mi-suk está aqui? ──

Negativei e ela suspirou frustrada.

── Retornou para a Tailândia assim que partiram ── eu disse. ── E Kim Taehyung, onde está?

── Ele disse que tinha algo para fazer e saiu ── foi minha vez de suspirar em frustração.

Voltei a me sentar no banquinho em frente ao piano, e deixei um espaço para que a minha irmã se sentasse ao meu lado. Quando o fez, começou a tocar uma música desconhecida por mim, e também a cantar.

Fiquei a observá-la, balançando minimamente meu corpo de um lado para o outro.

── O que achou? ── perguntou-me, virando seu rosto para mim.

── É linda, Yun

── Eu que a fiz ── e os meus lábios se entreabriram. ── A fiz para Mi-suk

── Não tenho dúvidas de que ela irá amar ── sorri. ── E por falar em vocês...

Comecei meio receoso. Seria no mínimo constrangedor falar sobre tal assunto com a minha irmã.

── Não façam tanto barulho, os criados estão a se questionarem ── disse tão rápido que mal ouvi a minha voz. ── Estou a avisar pelo bem de vocês

Vi o rosto da minha irmã ficar tão vermelho quanto a casca de uma maçã, e creio que o meu não estava tão diferente.

── Acho melhor eu subir ── eu disse, me despedindo rapidamente dela antes de seguir para as escadas que davam aos nossos quartos.

Me sentia constrangido. Jamais imaginei ter que pedir algo do tipo para a minha própria irmã, mas como eu disse a ela, era para o seu bem, não gosto de imaginar o escândalo que seria se algum dos criados descobrissem sobre ela e a senhorita Kim.

   Passei pela porta do meu quarto e a fechei, o que foi bom, pois se ela não estivesse ali, eu teria caído no chão ao me assustar com a presença de Taehyung, que estava de pé perto da janela, mas virou-se para mim quando eu entrei, rindo pelo meu susto.

── Maldito seja, Kim Taehyung! Quase matou-me de susto ── levei uma das mãos ao meu peito, me estabilizando completamente.

E então a alegria tomou conta do meu ser ao perceber que era Taehyung ali em minha frente. Ele havia voltado e a primeira coisa que fez foi vir me procurar. Mal consigo dizer em palavras o quanto senti sua falta, esperando ansiosamente pelo dia em que ele retornaria.

Corri em sua direção e o abracei, tornando minha saudade em força. Seus braços me rodearam e ele retribuiu o abraço na mesma intensidade.

── Não me chame de Kim Taehyung ── ele sussurrou próximo ao meu ouvido. ── Senti sua falta, Jun

── Também senti sua falta, Tae ── disse de volta. ── Quer contar-me como foi a viagem, ou apenas me beijar pelo resto desse dia?

Ele sorriu ladino.

── Passei tempo demais longe dos seus lábios. Senti falta deles, então escolho a segunda opção ── confessou antes de me beijar.

Um beijo quente, cheio de desejo e longe de ser calmo. Suas mãos buscavam por qualquer contato com a minha pele, deslizando-se por baixo da minha camisa, enquanto meus dedos se enroscavam no seu cabelo liso, buscando intensificar o ósculo pavimentado de sensações.

── Me diz que trancou a porta. Eu iria detestar ter que sair de perto de você para ir até lá só girar uma chave ── murmurou ofegante contra meus lábios.

── Então pode continuar me beijando ── murmurei de volta, voltando a beijá-lo.

As mãos de Taehyung seguraram a barra da minha camisa, antes dele puxá-la para cima, deixando-me com o ventral exposto. Tae me olhou de cima a baixo por alguns segundos antes de levar-me até a minha cama e fazer com que meu corpo deitasse no colchão, trazendo o seu para cima de mim.

Minhas pernas abraçaram sua cintura, prensando seu corpo contra o meu, e consequentemente denunciando o quanto ele já estava excitado.

── Você deveria estar associado ao pecado, meu amor ── disse entre os beijos deixados nos meus lábios. ── Me desculpe, eu deveria ter perguntado se quer fazer isso, mas não me controlei ao te ver

Segurei em seus ombros, fazendo com que olhasse em meu rosto. Seus olhos brilhavam tanto quanto estrelas, e olhar neles foi o suficiente para saber o que responder.

── Eu quero tudo que envolva você, Hyung ── trouxe seu rosto para perto e beijei seus lábios. ── Tudo...

Ele sorriu e desceu seus beijos pelo meu maxilar, meu pescoço...

── O que seu pai faria se soubesse sobre nós? ── disse com a voz rouca, beijando minha clavícula.

── Ele provavelmente nos mataria ── respondi ofegante. ── Por que pergunta?

── Porque o darei tanto prazer que todo reino escutará você gritar meu nome ── sussurrou contra a minha pele.

E aquela frase fora o bastante para me tirar toda sanidade.

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Olá, vossas graças!

Real oficial, a fera e a fera está entrando na sua reta final :(