Cl7
Entro na minha Mercedes preta e fecho a porta, me aconchegando melhor no banco de couro. Acendo um baseado, bolando um logo em seguida. Abaixo os vidros para a fumaça sair e suspiro sentindo o vento fresco bater contra o meu rosto.
Ligo o som, colocando pra tocar tz da coronel, o homem é 'brabo. Solto a fumaça do baseado, batucando meus dedos no volante de acordo com o toque da música.
Cl7: Não faz isso comigo, não. Lembro de você quando eu tô no plantão. Madrugada é solidão. - canto baixo prestando atenção na rua movimentada do Rio de Janeiro.
Logo depois de uns dez minutos na pista, chego na Penha vendo alguns vapores na contestação. Ligo os faróis e eles fazem um legal com a mão. Subo com o carro, já escutando o som do baile de longe. Paro o carro em uma rua mais afastada pelo fato de não gostar que fiquem muito perto do meu carro.
Desligo o som do carro e jogo o resto do baseado pela janela. Desço do carro, ajeitando minha arma na cintura e colocando a camisa por cima da mesma.
Vou caminhando até o baile, atraindo alguns olhares, principalmente de mulheres, porém eu apenas passo reto. Tô afim de uma diferente hoje, tá ligado? Fora do padrão, pai.
Chego na frente do baile e observo a multidão. Dois vapores olham pra mim segurando suas armas de porte médio e falam algo no radinho. Logo alguns dos homens abrem espaço pra eu passar. Aceno com a cabeça pra um dos menor que me olhava com admiração. Vou em direção ao camarote e subo as escadas, atraindo novamente olhares curiosos sobre mim, porém alguns invejando também.
Ignoro todos e vou até um canto mais reservado, um bar. Peço um drink com vodka e energético com alguns cubos de gelo. Dou uma nota de duzentos pro garçom que olha pra mim e pisca algumas vezes, mas da de ombros e vai buscar.
Giro a chave no meu dedo enquanto observo o Borges vir na minha direção, com uma mulher loira com um vestido preto ao seu lado, porém com a cara fechada e de braços cruzados.
Borges: Qual foi, Cl7?! - ele solta um riso fraco fazendo toque comigo, a mulher apenas me comprimenta com um meio sorriso antes de se sentar em um dos bancos. Me ajeito no banco, arrumando a minha arma na cintura. - sumiu, pô. Nunca mais te vi por aqui. - ele diz dando uma tragada no baseado, nego com a cabeça dando um sorriso unilateral.
Cl7: Tava fazendo uns corres lá em Goiânia, bagulho demorou pra um caralho. - digo calmo, ainda observando algumas pessoas entrarem e subirem o camarote. - e o Complexo, como tá? - questiono, pegando minha bebida que o garçom acabou de trazer junto com o troco. Nego com a cabeça pra ele entregando o dinheiro de volta. - o troco fica contigo, pô! - digo pro garoto que sorri como se o que eu estivesse dito fosse a maior maravilha do mundo, e na verdade, pra algumas pessoas é, tá ligado?
Sei como um dinheiro desses pode fazer diferença na vida de muitas pessoas, pode ser o dinheiro da refeição inteira de uma semana já, se ligou? Então pô, já foi pra mim também. Mas hoje, é um dinheiro que já não faz tanta diferença assim pra mim.
E esse dinheiro pode até ser sujo, mas o sistema num da muito oportunidade pra nós, aí tem que ir pelo mais "fácil", pô. Eu não tenho nada a perder mermo. Se eu morrer, vou morrer sozinho e sem me preocupar se vou deixar alguém nesse mundo.
Minha família tá em outro estado mesmo.
Mas esse mundo também é pura ilusão, tu pode até achar que só tem luxúria, só te traria benefícios e tals, mas não. Se tu tem alguém, se tu tem algo a perder, entra não, caraí. Tu vai fazer a pessoa que tu mais ama de refém da sua própria escolha, sem ela ter nada haver com essa neurose. Digo isso por experiência própria.
O fim dessa porra é e sempre vai ser o mermo, cadeia ou morte.
Volto minha atenção pro Borges que fala olhando para um ponto específico. Como eu não sou de ferro, olho também, vendo uma mulher do cabelão preto com um vestido vermelho e do bundão de costas, caralho hein.
Ela parece alterada, falando com um vapor que apenas a escuta sem piscar. Ela gesticula algo com a mão apontando lá pra baixo, na pista. Logo ela da as costas pra ele, fazendo ela olhar na direção onde eu estou. Ela encontra meu olhar e fixa os olhos no meu, parecendo tentar desvendar algo no meu olhar ou expressão. Umideço os lábios analisando cada detalhe do seu corpo. Ela ri fraco e desvia o olhar, dando alguns passos calmos, indo agora em direção ao Borges.
- O que foi? - ela questiona cheia de marra, com os braços cruzados e a expressão séria. - pediu pra me chamar por que? - questiona, percebo o seu tom meio impaciente.
Borges: Tu não tem nada pra me dizer não, Karina? - ele questiona soltando a fumaça do baseado. Ela apenas nega, passando uma certa confiança na sua postura. Me ajeito na cadeira realmente interessado na discussão. - jaé, jaé. - ele diz dando um fim na discussão, fazendo um legal com a mão e parecendo impaciente também. - depois a gente vê isso aí. - ele diz e volta o olhar pra mim.
Observo ela olhar pra ele puta, mas apenas da as costas e sair do camarote, ainda com aquela postura dela que fode com a cabeça de qualquer um.
Borges: Caralho, irmão. - ele atrai minha atenção de volta. - essa garota só dá dor de cabeça, papo reto! - solto um riso fraco, interessado em saber quem é aquela pretinha do bundão.
Cl7: E quem é ela? - questiono, sem demonstrar muito interesse. Dou um gole no meu drink e olho pra ele, esperando pela sua resposta.
Borges: Minha irmã, pô. - ele diz, ainda um pouco alterado provavelmente por conta da bebida e da discussão. Concordo com a cabeça, finalizando esse assunto.
Dou um sorriso de lado ao lembrar daquele puta sorrisinho dela. Ainda encontro ela hoje de noite, papo reto.
!!
Uma fic nova💋
+30
Kaká e Caio, meus lindos!💗
VOCÊ ESTÁ LENDO
Até o Final.
AdventureEu nem sei o que dizer quando falo de você. Eu não sei me expressar, eu nem sei o que fazer De todas as vidas que eu tenho pra viver, eu quero ficar do seu lado até o final. Plágio é crime!