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Karina

Abro os olhos fraco, vendo um teto branco o qual eu não conheço. Pisco algumas vezes, vendo que realmente não estou na minha casa, nem no meu quarto.

Me remexo um pouco na cama, sentindo uma dor na minha perna que me faz soltar um gemido fraco. Logo, duas pessoas se atentam em vir até mim, que percebo ser a Bia e a minha mãe.

Karina: Hmm... Mãe? - Chamo sua atenção num murmuro, que solta um sorriso fraco em meio às lágrimas para mim. - Minha perna tá doendo, doendo muito. - Digo realmente não conseguindo sentir grande parte da minha perna, o que causa uma certa angústia em meu peito. Porém, logo me reconforto sabendo que, independente de tudo, Deus estará sempre comigo.

Nina: Oh, minha filha. - Ela diz em um sussurro enquanto alisa meu cabelo, que está preso. - Você consegue sentir sua perna, ou não? - Ela questiona, demonstrando certa preocupação em seu tom de voz.

Karina: Nessa perna. - Aponto para a minha perna esquerda. - Eu não consigo sentir grande parte dela. - Digo, fazendo um silêncio mortal surgir dentro daquela sala de hospital, que me traz um cheiro traumático. Apenas se escuta o choro baixo das duas mulheres na sala.

Antes que eu possa questionar ou dizer algo para acalma-lás, um homem, que provavelmente é um médico do posto, aparece na sala com um tablet em sua mão. Ele levanta o olhar e olha para encarar a minha mãe e irmã, antes de direcionar seu olhar a mim.

  Pode parecer meio chato dizer isso bem quando eu estou doente e em um hospital, mas ele tem um olhar extremamente marcante e também é muito bonito.

- Boa noite. - Ele diz enquanto se aproxima de mim, ainda com seus olhos fixos ao meu. - Vou tocar algumas partes do seu corpo e você diz onde está doendo, ok? - Assisto com a cabeça, me sentando e ajeitando melhor na cama. - Vocês duas poderiam sair por alguns minutos? Não é permitido que familiares fiquem na sala, apenas se for criança. - Ele diz em um tom educado.

  Elas concordam e logo saem, dando um sorriso fraco pra mim.

  Ele se vira para mim novamente e coloca sua mão gélida na minha perna direita, dando um leve aperto na região.

- Aqui dói? - Ele questiona e eu balanço a cabeça em negação.

Karina: Está ótima! - Digo com um sorriso convincente no meu rosto enquanto ainda o encaro.

- Ok. - Ele diz, agora direcionando sua mão a minha perna esquerda.

  Franzo o cenho confusa quando ele sobe a sua mão até a minha coxa, dando um aperto que faz meu corpo se arrepiar. Não de prazer, não de uma forma boa, e sim de medo.

- Aqui dói...? - Ele questiona apertando a parte externa da minha coxa, o que me faz engolir em seco.

Karina: Poderia por favor tirar sua mão daí? Não estou gostando o rumo que isso está tomando. - Digo enquanto tento tirar a sua mão da minha coxa, mas é em vão pelo fato dele ser mais forte do que eu. - Por favor...

- Caladinha! - Ele murmura agora sério e revelando sua real personalidade, psicopata. - Se você gritar ou tenta pedir por ajuda, aquelas duas mulheres amanhã aparecerão mortas, entendeu. - Concordo com a cabeça já com meus olhos marejados. - E você também. - Ele me olha com um sorriso malicioso em seu rosto, enquanto mostra a arma por baixo do seu jaleco.

Até o Final.Onde histórias criam vida. Descubra agora