015

238 25 5
                                    

Cl7

  Coloco a touca preta na cabeça, ajeitando a bandoleira atravessada no meu peito.

Azulzin: Caralho, fiquei maior gostoso de touca preta, papo reto. - Me aproximo dele que se olha no espelho ajeitando seu cabelo azulado e dou um tapa na sua nuca, que me olha puto. - Tá ficando maluco, meu filho? - Ele questiona passando a mão pelo local onde eu bati.

Cl7: Quem tá ficando maluco é tu. A gente vai assaltar uma joalheria e tu tá aí vendo se ficou bonito de touca. - Digo puto e ele resmunga me imitando e andando em direção ao carro preto. Todo esquisito essa porra.

  Nego com a cabeça, indo até o carro e entrando também. Me sento no banco, olhando para os outros quatro homens que vão nesse carro. Mika, Azulzin, John, Miza e eu. São três carros, e vão cinco em cada um.

  Pelo o que nos descobriu, o lugar é uma joalheria e uma loja de roupas. Coisa de burguês. Tem altas jóias de valor alto lá. Bagulho dos negócios ser por volta de 1 milhão de reias pra cima, papo reto.

  Fomos o caminho em silêncio, apenas com alguns chiados dos rádios. Olho pela janela, vendo que chegamos no lugar. Como o esperado, tá fechado pelo fato de ser 00:00.

  Já tem uns dois caras lá desligando a eletricidade. O negócio é muito bem protegido, foi difícil pra caralho pra gente conseguir saber onde fica os lugares pra desligar esses bagulho. Sorte nossa que teve uma ajudinha.

Cl7: É o seguinte. - Desvio o olhar da janela e olho para os homens, que antes mesmo de eu chamar a atenção, eles já me olhavam provavelmente esperando por um plano. - Deixar um de nós não está nos planos, entendeu? - Questiono com uma voz ríspida e eles concordam com a cabeça, cada um segurando seus fuzis. - O que nós podermos fazer pra ajudar um ao outro, vamos fazer. E também sempre usando isso. - Levanto as luvas com a mão e eles concordam novamente. - Vocês dois vão na frente comigo, bora. - Aponto para o Azulzin e o Mika, saindo do carro sem ao menos esperar suas respostas.

  Faço uma oração rápida mentalmente segurando minha corrente antes de começar a ir para as portas dos fundos. Me aproximo da porta de entrada do fundo, arrombando a mesma com o meu fuzil que na mesma hora é aberta pelo fato de parecer já está aberta, o que eu estranho. Faço sinal com a cabeça para os dois, indicando para eles mandarem os outros virem.

  Entro com cautela no lugar, vendo que tá tudo escuro, tem apenas uma sala com iluminação.

Cl7: Mika. - Chamo a atenção dele que estava distraído. - Vê se tem alguém lá. - Dou a ordem mesmo sabendo que não, o horário da loja fechar já passou a muito tempo.

  Ele concorda com a cabeça e vai caminhando em passos lentos e silenciosos até a sala. Aproveito para vasculhar um pouco mais o lugar.

  Vou até uma das vitrinas mais afastada, vendo vários e vários colares de ouro, diamante entre outros vários atrativos também. Sinceramente isso não me enche tanto os olhos, sei que nem tudo é luxo.

  Diferente de mim, o Azulzin devora as jóias com o olhar de ganância, luxúria e ambição. O maluco é ganancioso pra caralho em relação a dinheiro.

Cl7: Para de ser maluco e me ajuda a... - Antes que eu possa terminar a minha frase, olho por cima do ombro do Azulzin vendo uma garota loira vir de cara fechada e resmungando enquanto é segurada pelo braço pelo Mika, que fala alguma coisa pra ela que aprece irrita-lá mais ainda.

  Mas isso não me chama mais a atenção do que o fato da Karina estar sendo segurada por ele também. Porra, não é possível que eu dei esse azar.

Mika: Achei essas duas aqui. - Ele empurra as duas para sua frente. A Karina me olha chorando e negando com a cabeça. Apenas concordo com a cabeça sem dizer nada. - Qual foi, Cl7? O que a gente faz com essas duas? - Ele questiona totalmente sem saber o que fazer. Pela primeira vez, eu também não sei.

  Tipo, o filha da puta do Azulzin por tirou a touca porque disse que tava com falta de ar e provavelmente elas gravaram o rosto dele. Pra fazerem um retrato falado desse ótario é dois segundos. Fora que ele tem o nome totalmente limpo, seria foda pôr ele nessa enrascada por causa de um transa minha.

  Mas eu também não consigo simplesmente apagar as duas aqui ou algo do tipo. Acho que o foda mesmo é o lance dela estar aqui, não consigo fazer algum bagulho com ela, o motivo eu também não sei.

Cl7: É o seguinte. - Seguro meu fuzil com um pouco mais de força e me aproximo da mulher que está em prantos, provavelmente por achar que eu vou fazer algo com ela. Ela fecha os olhos forte e soluçando, com uma expressão de medo em seu rosto. Engulo em seco, tentando manter a minha postura. Não curto essas paradas, papo reto. - Vocês até vão sair daqui vivas, se colaborarem. - Ela abre os olhos com um pouco de dificuldade, fixando seus olhos escuros no meu, mesmo ainda com medo. - E se vocês fizerem alguma coisa que possa prejudicar algum de nós, já vão tá todas duas mortas. - Digo dando algumas batidinhas no rosto da Karina, que semicerra os olhos, mas logo volta a sua expressão de medo.

Mika: Mas agora, o que a gente faz com as duas? Prende elas ou o que? - Ele questiona ainda meio confuso. Desvio o olhar da Karina para encara-lo melhor.

Cl7: Prende elas duas no quarto onde tu achou. - Mando e ele concorda com a cabeça.

  Dou uma última olhada para a Karina, que na mesma hora também me olha. Desvio o olhar, indo em direção ao Azulizin que apenas encarava tudo com atenção.

Azulzin: Qual foi desse climão? - Ele questiona curioso. Esse maluco é fofoqueiro pra caralho.

Cl7: Que clima, Sonik? - Questiono me fazendo de sonso. Ele cruza os braços me olhando de cima abaixo com deboche.

Azulzin: Querendo mentir pra mentiroso? - Ele questiona soltando um risada debochada logo em seguida. - Tô falando do Clima com aquela mulher lá do cabelão. - Ele diz se aproximando curioso. - Hein?

Cl7: Teve clima não. - Minto pra ele que me olha desacreditado. - Tu sabe que eu não curto essas paradas. - Digo pra ele que bufa concordando com a cabeça, como se estivesse fingido acreditar.

  Resolvo nem render mais assunto, perdi tempo demais já. Pego a sacola com algumas ferramentas e puxo a marreta, pedindo para que isso consiga quebrar esse vidro. Como o esperado o vidro da vitrina é blindado.

  Começo a bater com a marreta no vidro, o que causa um som alto e irritante pra caralho. Forma apenas um furo no vidro, um furo.

  Jogo a ferramenta no chão com raiva, o que faz o Azulzin tomar um susto e colocar a mão no peito.

Azulzin: Você é muito esquentadinho, viu. - Olho puto pra ele. - Foi mal. Mas tu já tentou pedir as chaves das vitrinas para as duas lá? - Ele questiona me deixando pensativo.

  Qual a possibilidade da chave estar com duas funcionárias de cargos baixos?

  Isso, nenhuma. Mas não custa nada tentar. Ultimamente tudo é uma opção.

!!

Até o Final.Onde histórias criam vida. Descubra agora