Karina
Karina: Mãe! - Grito a senhora, que aparece em poucos segundos na cozinha. - Me ajudem aqui, por favor? - Questiono, sentindo minha perna latejar um pelo fato de eu ter batido a mesma na pia.
Nina: Tá vendo, Karina?! - Ela pergunta, aparentemente nervosa mas preocupada também, vídeo até mim. - Falei pra você não fazer esforço e você inventa de lavar os pratos. - Ela diz, me ajudando a ir até o sofá da sala principal, me ajudando a sentar no mesmo e se sentando logo em seguida também.
Karina: Aí mãe, foi mal. Mas eu não consigo ficar parada. - Digo suspirando logo em seguida, me ajeitando no sofá e deitando minha cabeça no ombro da minha mãe, que começa a fazer uma carícia gostosa no meu cabelo, que está preso estamos um raio de cavalo.
Por que o carinho da mãe é tão único? Queria que todos pudessem ter essa sensação.
Nina: Tudo bem. Dessa vez eu deixo passar. - Mordo o lábio inferior, prendendo um sorriso de vitória que luta pra sair. - Mas se você inventar de fazer mais alguma coisa eu te coloco de castigo, tá me ouvindo?! - Ela questiona com um tom de voz repressivo. Concordo contra gosto, revirando os olhos.
Karina: Mãe, posso te dizer uma coisa? - Questiono baixo, com um certo medo da reação dela. Ela concorda com a cabeça, afastando gentilmente minha cabeça de seu ombro. Desvio meu olhar dos seu, olhando agora para o chão. - É chato falar isso de novo, já que já é a segunda vez que isso acontece. - Dou uma risada fraca, fazendo uma careta. - Mas, sabe aquele dia no hospital, que você disse que eu estava com um semblante meio triste? - Questiono, agora finalmente olhando no seu rosto. Ela concorda. Passo a mão no nariz, tentando segurar as lágrimas que já lutam para sair.
Nina: Ei! - Ela chama a minha atenção, levantando minha cabeça e me olhando logo em seguida com um olhar confortante. - Sabe que pode confiar em mim, certo? - Concordo com a cabeça, evitando contato visual com a mesma que se aproxima ainda mais de mim, me abraçando de uma forma solta.
Karina: Aquele homem... ele, ele tocou no meu corpo sem a minha permissão. - Digo fechando meus olhos forte, apenas querendo sentir aquele conforto que só a dona Nina sabe me proporcionar. - Aquele médico... ele me tocou como o tio... - Digo num sussurro, deixando as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. - Desculpa, mãe. - A única coisa que eu consegui dizer.
Agora, estou me sentindo como a oito anos atrás. Com a mesma sensação de medo, angústia e insuficiência. Dói tanto... se eles ao menos soubessem o quanto dói.
Eu nunca entendi o por que do estupro ou abuso sexual. Você pode pagar para alguém, alguém que faria sem reclamar, e até melhor. Ou, até mesmo, algumas loucas que querem por livre e espontânea vontade.
Mas eu acho que eles se alimentam do medo. Talvez seja prazeroso pra eles.
Nina: Amor, me explica isso direito. - Ela diz com um tom calmo demais, que eu chego até a estranhar. - Tem certeza? É uma acusação séria. - Ela diz, agora com um tom de preocupação.
Karina: Olha, mãe... - Digo levantando minha cabeça pra tentar segurar o choro. - Que motivo eu teria pra mentir? Chamar atenção? - Questiono com um certo tom de indignação. - Ou tá achando que eu tô ficando maluca? - Questiono em bom tom rindo com deboche, mas é somente para tentar sufocar todo esse sentimento de confusão e angústia que agora, habita em meu peito.
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Até o Final.
AdventureEu nem sei o que dizer quando falo de você. Eu não sei me expressar, eu nem sei o que fazer De todas as vidas que eu tenho pra viver, eu quero ficar do seu lado até o final. Plágio é crime!