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Cl7

Uma semana depois...

  Vejo meu celular vibrar em cima da mesa, mas apenas ignoro. Tô sentindo um bagulho estranho hoje.

  Mas o ou a infeliz não desiste, persiste para que eu finalmente atenda, e assim eu faço.

Ligação'

- Alô? - Digo com um tom de voz meio impaciente.

- Qual foi? Viu que era eu não ou fingiu que não viu? - Escuto a voz do Borges falando com um certo humor no seu tom de voz e dou risada.

- Nem vi que era tu, papo reto. - Sou sincero. - Tanto problema ultimamente que eu achei que era mais um. - Digo antes de soltar um suspiro. Ele solta um riso fraco antes de voltar a falar.

- Real, real. - Ele diz soltando um suspiro do outro lado da linha. - Tem como tu brotar aqui? Papo sério pra tratar contigo. - Ele diz, dessa vez com um tom de voz sério.

- Jaé. - Digo soltando um suspiro, já sabendo que provavelmente é mais um problema. - Marca um dez aí - Digo por fim.

Ligação'

  Passo a mão no meu rosto, me levantando da cadeira e saindo da sala logo em seguida.

  Monto na minha moto e saio, poucos minutos já estando no morro da penha em frente a boca. Desço da moto, na frente da boca. Passo pelos vapores por perto e bato na porta, entrando logo em seguida e tendo a visão do Borges em pé bolando um.

Borges: Finalmente. Achei que tinha sido brecado pelos canas. - Ele diz e eu dou risada antes de lhe dar um abraço de lado.

  Sento no sofá de couro, cruzando os braços. O Borges me oferece o verdinho, mas eu rejeito, não estou muito afim de usar nada hoje. Ele se senta na cadeira na minha e cruza os braços, encarando fixamente os meus olhos.

Borges: Vou direto ao ponto. - Ele diz se ajeitando na cadeira. - Sei que tu tá ficando com a Karina e pá... Mas tu pretende ter algo sério com ela ou foi coisa de uma vez só? - Ele questiona, me deixando pensativo.

  No papo reto? Se ela quisesse eu queria também. Curti pra caralho ela. Além de nós termos conversado pra caralho no Instagram, o que me deu abertura pra conhecer ainda mais ela.

  Mas não comentei sobre o bagulho lá do assalto, não acho que tenha necessidade.

Cl7: No papo reto, nem eu sei. Mas se rolar. - Dou de ombros e ele solta uma risada rouca, ainda com seu verdinho entre os dedos. - Qual foi? - Ele descruza os braços, me encarando agora sério.

Borges: Me liguei na tua idéia e pá. Mas eu também tô ligado que foi tu que assaltou a loja que ela trabalha. - Ele diz com os olhos um pouco avermelhados e com uma expressão séria em seu rosto. - Quero saber se tu já contou pra ela? Porque tu sabe que isso vai dar um b.o do caralho mais para frente, né?! - Coço a nuca extremamente incomodado com o assunto.

Cl7: Dá nada não. - Digo tentando passar convicção até para mim mesmo. Ele nega com a cabeça, dando uma tragada no verdinho. - Se fosse de dar algo, já teria dado. Queima nada pro lado dela não. - Digo tentando me convencer e convencer ele.

Até o Final.Onde histórias criam vida. Descubra agora