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                           Cl7

  me aconchego melhor na cadeira sentindo o olhar da dona Nina sobre mim, esperando minha resposta.

  O que responder quando ela pergunta como eu conheci a filha dela?

Karina: Ah, mãe. - ela se senta na cadeira e enrola uma mecha da senhora, que olha desconfiada, no dedo. - a gente se conheceu num baile, naquele dia lá. Aí a gente conversou um pouco, cê sabe. - ela diz tentando enrolar a dona Nina, que parece não acreditar muito. Porra, até eu sei mentir melhor.

Nina: Conversa aprofundada essa, né?! - ela diz com um certo humor, mas o que faz deixar nos dois mais sem graça ainda.

Cl7: Preciso ir, deu minha hora já. - digo olhando pra tela do meu celular que marca 20:34. Isso porque ela disse que iria ser cedo. - falou aí, dona Nina. - me levanto dando um abraço de lado nela, coroa é maior gente boa.

Nina: Apenas Nina, meu filho. - ela me corrigi me olhando feio, dou risada concordando com a cabeça. - Karina, leva ele lá no portão. - ela diz olhando pra ela que ainda come o pudim de leite, ela levanta o olhar concordando com a cabeça e se levanta, vindo até mim.

Karina: Bora. - ela diz enquanto passa do meu lado, me fazendo sentir o seu cheiro que graças a Deus ela não mudou.

  Apenas sigo o caminho atrás dela, me permitindo ver melhor sua bunda grande. Pô, ela me excita num nível absurdo pra caralho.

  Ela abre o portão e sai da casa, colocando as mãos na cintura. Saio também girando a chave no meu dedo e olho pra ela.

Karina: Obrigada, de verdade! - ela diz enquanto mexe no colar que é tipo uma visão do espaço, tá ligado? Bagulho mó bonitinho.

Cl7: Nada não, pô. A gente se tromba por aí. - digo já me despedindo. Ela se aproxima de mim ainda olhando para os meus olhos e me dá um beijo rápido na bochecha. Porra, rápido pra caralho. - fé pra ti! - digo antes de entrar no meu carro. Ela faz um legal com a mão antes de entrar na casa e fechar o portão.

  Dou a partida com o carro, ao som de Meca cereja. Sigo meu caminho para o complexo da maré enquanto fumo um baseado. Sopro a fumaça pela janela, podendo ver melhor o céu estrelado. Sinto o vento fresco bater contra o meu rosto e volto a prestar atenção no sinal, que está fechado. Logo depois de um tempo chego na minha casa. Desço do carro e entro na casa, sentindo o silêncio me consumir e consumir o ambiente. As vezes bate uma solidão do caralho, mas é melhor sozinho do que mal acompanhado.

  Vou até o banheiro daqui da sala e tiro toda a minha roupa, tomando um banho revigorante. Visto uma bermuda leve e saio do banheiro, indo agora para a sala. Ligo a TV e coloco um desenho qualquer. Pego meu celular em cima do sofá e começo a vasculhar o Instagram, mas uma notificação em específica me chama a atenção. Ela me seguiu de volta.

  Por dentro isso me deixa meio feliz. Acho que eu quero ver ela mais algumas vezes. Vou no meu direct, vendo algumas mulheres caírem matando em mim. Sei que é só pelo dinheiro, então nem rendo, porque se eu quiser, chego ali e pago pra uma fazer gostosin'. Ou até mesmo umas que não sabem quem eu sou, aí fica comigo por que quer, tá ligado?

  Desligo o celular, prestando melhor atenção no desenho animado que passa na tv. Bocejo sentindo o sono vir com força. Logo eu durmo ali mesmo.

[...]

  Acordo, mas estranhando o fato de eu não ter acordado com meu despertador. Pego meu celular e olho o horário, vendo que ainda são 05:03 da manhã. Também, não sou acostumado a dormir tão cedo assim.

  Passo a mão no rosto e me sento no sofá. Escuto o som dos pássaros cantando em cima dos telhados e resmungo algo. Finalmente tomo coragem e me levanto indo até o banheiro. Faço minhas higienes e visto uma camisa preta, permanecendo com o mesmo short. Passo meu perfume de lei e coloco uma corrente de prata simples.

  Vou até a cozinha e faço dois pães com ovo e pra beber iogurte, me escoro no balcão comendo tudo de uma vez. Lavo tudo que sujei e antes de sair, tomo dois copos de água também, quase nunca eu lembro de beber essa porra.

  Saio de casa e aceno com a cabeça pro vapor que fica aqui na frente da minha casa. Ele acena de volta e eu monto na moto, indo direto pra boca. Esse horário não tem quase ninguém na rua, só os que trabalham cedinho mesmo.

  Entro na boca, não vendo nenhum dos cara, provavelmente por causa do horário. Me sento na cadeira e me estico na mesma, sentindo minha coluna estralar um pouco. Velho pra caralho.

  Abro o caderno de anotações, vendo que praticamente tudo de mais importante já está feito e fecho novamente, percebendo que tenho tempo livre agora de manhã. Levanto da cadeira decidido de que vou na escola de danças que tem aqui no morro. Foi maior bagulho bom essa idéia, papo reto!

  Saio da sala montando direto na moto, indo para o local que fica logo um pouco do início do morro. Paro na frente do bagulho e desço da moto, girando a chave no meu dedo. Tenho uma mania enorme de fazer isso.

  Entro no lugar pela primeira vez, olhando ao redor e vendo uma pintura, que perece mais que foi pichado, mó bonito. As crianças só chegam aqui 07:00 horas da manhã, então agora só tem as mulheres que são as donas do projeto.

  Vou até a moça que picha uma das pardes. O projeto foi criado recentemente, então ainda tem uns bagulho que estão em andamento também. Ela me olha de relance, deixando o seu coque que já estava frouxo se desmanchar, me fazendo ver melhor seu cabelo grande e caramelado. Ela vira o rosto pra mim se levantando. Ela parece alguém que eu conheço...

- Ah, você deve ser o Cl7, né?! - ela questiona prendendo novamente o seu cabelo. Concordo com a cabeça fazendo um toque de mão com ela e me sentando no puf logo em seguida. Aprecio melhor o trabalho dela, queria saber fazer essas paradas. - sou a Bianca, uma das organizadoras do projeto. - concordo dando um sorriso unilateral pra ela, mas logo voltando a atenção para alguns desenhos na parede.

!!

Não gostei desse cap tlgd

Até o Final.Onde histórias criam vida. Descubra agora