Dois Príncipes - Drarry

Chegada

- Agora é sério Teddy - Harry disse, levantando do chão e estalando as costas - Você precisa dormir, já estamos brincando a umas três horas direto garoto.

- Mas... Mas.... Padinho - A criança de quatro anos respondeu, levantando os braços gordinhos na direção do príncipe - Brincar... Mais...

- Já brincamos o suficiente por hoje garotão - O príncipe disse, sorrindo e acariciando os cabelos castanhos do afilhado - Preciso descansar, afinal amanhã vamos receber uma visita importante no reino. Por acaso você sabe quem é?

- Sei - O garotinho respondeu, estufando o peito e sorrindo, mostrando os dentinhos que ainda estavam nascendo em sua boca - É o amor do padinho.

- Bom.... - Harry disse, e coçou a nuca. O príncipe do reino de monte cristo era seu noivo ômega gostoso não seu amor. Entretanto, depois de considerar por um momento, o príncipe deu os ombros dizendo - É... É por ai.

- Oba! - A criança estendeu os bracinhos em comemoração a noticia. Estava feliz por saber que o "amor" de seu padrinho estava a caminho - Ele vai brincar comigo?

- Talvez - Harry disse, e pegou o afilhado no colo. Tinha quase certeza que seu noivo mencionara algo sobre crianças na carta que enviara mas não conseguia se lembrar direito. Bom... Não tinha importância. O príncipe voltou sua atenção para o afilhado em seus braços. Era uma cena engraçada, o pequeno em volta de seus braços fortes e vigorosos - Não sabemos se ele gosta de crianças. Pode não gostar.

- É claro que gosta padinho - O garoto disse, se sentindo muito inteligente - Se ele não gostasse de criança ele não seria o amor do padinho.

Harry balançou a cabeça em negativa, observando o afilhado bocejar e coçar os olhinhos. Um claro sinal de cansaço. Cinco minutos depois, Teddy estava apoiado em seu ombro, de olhos fechados e respirando suavemente enquanto o padrinho acariciava suas costas.

Draco fechou a ultima das malas e baús que havia organizado com a ajuda dos criados do castelo. Tudo estava certo, o príncipe tinha certeza, contara tudo mentalmente e manualmente mais de três vezes. Não podia se dar ao luxo de esquecer nada de grande valia para si em Monte Cristo. Sua vida em seu amado reino havia acabado. O loiro suspirou se sentindo derrotado e, mais uma vez, seus pensamentos foram parar em seu noivo. O príncipe herdeiro de Monte Carlo. Harry James Potter não era exatamente o que ele imaginou quando seus pais contaram sobre o contrato de casamento.

Pelo tom de sua carta ele parecia centrado demais em si mesmo para ser considerado um príncipe responsável e o loiro sabia que se, conforme os anos fossem passando, o noivo não amadurecesse e mudasse as atitudes eles dois teriam um grande problema. Que tipo de monarca ele seria? Com que tipo de gestão ele cuidaria do reino? Um reino que, a partir daquele casamento, seria unificado com o seu.

Essas questões rondavam sua mente de forma frenética enquanto esquadrinhava o quarto pela milésima vez com seus lindos olhos azuis acinzentados. Draco sempre fora muito organizado e pragmático, detestava tudo que saia da rotina, não gostava do imprevisível. Em resumo, absolutamente tudo que seu noivo mostrava ser, em apenas uma simples carta.

O príncipe suspirou e se dirigiu ao banheiro. Precisava tomar um banho e dormir afinal, no dia seguinte, iria deixar Monte Cristo para trás. Iria deixar tudo o que lhe era estimado e amado. Seu reino, seus súditos, os empregados do castelo que a sua vida inteira cuidaram de si e, é claro, seus amigos.

Quando Draco sentou na grande banheira de prata, menos de três minutos depois de deixar seu quarto, as lagrimas grossas já estavam escorrendo por seu belo rosto.

O dia amanheceu lindo no reino de Monte Carlo. Fato extremamente propicio pois naquele dia, um mês depois do decreto real ser enviado, o príncipe herdeiro de Monte Cristo chegaria com seus pais. Todo reino estava ansioso para receber a família real de Monte Cristo. Ruas estavam sendo decoradas com as quatro cores que representavam ambos os reinos: Vermelho, dourado, verde e prata.