Novo reino

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Duas semanas se passaram. Duas semanas em que Harry e Draco viveram em perfeita harmonia, pelo menos na maior parte do tempo. O moreno ainda dava seus deslizes as vezes e soltava um gafe que fazia os olhos azuis acinzentados de Draco revirarem imediatamente. O loiro ja suspeitava que os olhos poderiam dar uma volta completa dentro de seu crânio de tanto que se acostumara a revira-los.

Mesmo assim estava feliz por conseguir se dar bem com Harry e estar formando uma amizade, por assim dizer, com ele. Os dois passavam um bom tempo de seus dias juntos além das refeições e sempre conversavam antes de se separarem e irem dormir cada um em seu quarto.

E é claro.... Tinham os beijos. Harry sempre lhe roubava um beijo durante o dia e sempre lhe dava um beijo de boa noite antes do dormir.

No principio Draco se sentia sem graça pelos beijos diários mas depois de conversar com Hermione e Zabini sobre o assunto resolveu não mais esquentar a cabeça com um problema que aos seus olhos poderia até ser considerado meio fútil. Harry era seu marido e, como o moreno mesmo havia dito diversas vezes, beija-lo era um direito seu. O loiro achava que era o único omega do mundo que sentia vergonha de beijar um marido tão lindo quanto Harry.

Nas duas semanas que se passaram, também, Draco se aproximou dos amigos e dos sogros, brincou com Teddy e fez questão de conhecer cada empregado do palácio. Desde o conselheiro do rei, que também era o padrinho de Harry, Sirius, até o jardineiro do palácio. Todos, como não podia ser diferente, o adoraram. Com os pais, ele aproveitou cada momento que tinha com eles pois logo ambos voltariam para Monte Cristo.

Também não vira Roger desde que o ômega entrara em seu quarto com Teddy. Draco pensou em perguntar sobre ele para Harry mas o medo de descobrir que o outro ômega fora amante do seu marido o impedia. Não queria ouvir Harry relatar antigas experiencias sexuais para ele. Não queria deitar com o marido contaminado pelos pensamentos e inseguranças que relacionamentos anteriores poderiam lhe trazer. Decidiu ignorar a ausência do outro e começar a se acostumar com a nova vida no palácio de James e Lily.

Apenas uma coisa incomodava Draco, o fato de ficar trancado no palácio sem poder conhecer o reino e os súditos que moravam nele. Quando tentou falar sobre o assunto com Harry, o marido simplesmente disse que ele não deveria perder tempo com os plebeus, que não tinha porque conhecê-los de forma tão direta já que, apenas por verem Draco e sua beleza, todos já o amavam.

O loiro achou um absurdo mas, ao invés de brigar e se desgastar, resolveu ser mais inteligente e num jantar, de surpresa, perguntou aos sogros o que eles achavam de ele e Harry sairem em uma excursão pelo reino para que pudesse conhecer os súditos e se aproximar deles.

James e Lily, como Draco previra, adoraram a ideia. Harry lhe lançou um olhar de raiva do outro lado da mesa. Draco sorriu, o que desconcertou o marido por algum tempo, e venceu a discussão muda que se instalara sobre eles. Naquela noite, Harry lhe deu apenas um selinho.

- Então esse é o mapa do reino? - Draco perguntou para Harry, no dia seguinte a discussão de olhares e ao selinho sem graça que recebera, enquanto olhava para o grande mapa estendido sobre a mesa do escritório de James - Não sabia que era tão grande. É bem maior do que Monte Cristo.

Harry conteve a vontade de, mais uma vez, desvalorizar o reino de origem do marido. Percebeu que era melhor simplesmente falar:

- É.... É grande. Podemos começar no centro e ir seguindo mais para a periferia ao longo dos dias que se passarem. Espero que essa excursão dure, no máximo, uma semana.

- Você pode ser mais gentil com seus súditos - Draco disse, com paciência - Eles que pagam os impostos que mantem o reino. De certa forma pagam nosso estilo de vida, é como se pagassem o nosso salário. Fale deles com mais respeito Harry.

Dois Príncipes  - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora