Meus dedos tamparam o soluço da minha garganta que sairia inconsequentemente. Meu corpo tremeu com a revelação, não era de raiva, mas sim de decepção. Sentia meu coração pulando uma batida conforme eles continuavam a conversa agora falando de assuntos aleatórios como se eu não estivesse ali. Era inebriante não conseguir confiar em ninguém sem me machucar. Não sei quanto tempo fiquei ali parada estática, até que mãos apertaram meus ombros gentilmente.
Levantei rapidamente os olhos, rezando para não ser Justin e deixei um suspiro aliviado escapulir assim que vi minha mãe. Seu sorriso sumiu ao ver minhas lágrimas.
— O que houve? – indagou preocupada. Justin olhou em direção a porta e eu a puxei para longe antes que ele nos visse. Meus dedos enroscaram-se em seus cabelos enquanto a abracei. Seu semblante confuso permaneceu mas ela correspondeu ao abraço, passando as mãos pelos meus braços transmitindo forças. Minha respiração se estabilizou o suficiente para me afastar sem chorar novamente. Ela olhou para mim com o rosto suave. — Vai me dizer o que houve agora? – meneei com a cabeça.
Comecei a subir as escadas acenando para que a mais velha me seguisse. Entrei no meu quarto esperando que ela passasse para fechar a porta. Ela se sentou na beira da cama e eu fechei a porta logo me sentando ao seu lado e deitando minha cabeça em seu colo. Senti seus dedos brincarem com meus cabelos e fechei os olhos.
— Justin planeja me matar assim que isso tudo acabe. – desabafei passando as mãos nos olhos retirando qualquer requisito de lágrimas. Seu rosto endureceu como se estivesse pensando em algo doloroso e depois fechou os olhos, os abrindo novamente depois de alguns segundos.
— Você tem certeza? – questionou desconfiada. Levantei meu olhar para arquear uma sobrancelha para ela.
— Eu o ouvi falando. – fechei meus olhos tentando não chorar. Ela beijou o topo da minha testa transmitindo toda a paz que eu precisava. Desabei em lágrimas tentando acabar com a dor no peito.
Uma lágrima desceu dos meus olhos deslizando até meus lábios. O gosto amargo me fez sorrir, era o gosto do amor de Justin. Sentia-me suja por pensar nele depois de tudo; pensava o que fazia e se talvez sentia minha falta. Trinquei os dentes afastando qualquer pensamento dele da minha mente.
— Sabe o que você deve fazer? – levantei meu olhar. — Mostra para ele que você não precisa dele. Você é forte Hanna, eu sei que você não é boba. – sorri para ela levantando da cama. Seguiria sua ideia. — Mas faça isso amanhã. Chore tudo que tenha para chorar hoje e seja forte amanhã. – assenti deitando novamente em seu colo. Não sei quando, mas acabei dormindo.
Acordei com a claridade que fazia em meu quarto indicando que já era de manhã. Passei a mão em meu rosto e fiz um coque em meu cabelo logo me levantando da cama. Fui ao banheiro e lavei meu rosto, colocando o meu roupão de banho em seguida; meu rosto estava inchado e meus olhos pequenos de tanto chorar, mas eu não ligava mais. Fui direto para a cozinha, dando de cara com Justin e Vinnie. Fechei os olhos e suspirei profundamente. Só assim eu conseguiria entrar no mesmo ambiente que o motivo da minha tristeza estava.
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Forced Marriage (livro um)
FanfictionNo mundo do crime não há amigos, mas sim aliados. Todos querem roubar o que outros possuem, sendo amigo ou inimigo, para isso basta fortalecer laços, um casamento por exemplo. Uma união totalmente instável, cercada por ódio e ambição, esse agora é o...