Capítulo 7

969 148 29
                                    

ANA 

Meu apartamento é no terceiro andar. Christian não me carrega até lá, embora eu não tenha dúvida de que ele seja forte o suficiente para isso, se quisesse. Em vez disso, ele me coloca gentilmente em frente às portas do elevador no saguão e apunhala o dedo no botão de chamada.

Nós não olhamos um para o outro enquanto esperamos o elevador chegar, mas estou muito consciente dele parado ao meu lado. Ele emana calor, músculo e perigo, uma lâmina embainhada em seda. Depois, há outra viagem silenciosa de elevador.

Silencioso, mas crepitando com a tensão sexual.

Eu olho para frente, desejando não pensar na cena do elevador de Cinquenta Tons de Cinza, onde Christian joga Ana contra a parede, coloca os braços acima da sua cabeça e faz dela uma refeição. Mas é certo que, quanto mais você tenta não pensar em algo, mais o faz, até ficar obcecado e se odiar por isso, incapaz de parar.

Eu o imagino apertando o botão de emergência e virando-se para mim para arrancar minhas roupas e empurrar sua ereção latejante dentro de mim, rosnando contra o meu pescoço e me mordendo enquanto eu grito e cravo as unhas nas suas costas.

Quando o elevador para e as portas se abrem, estou com o rosto vermelho e suando.

— O que há de errado? — Pergunta Christian bruscamente.

Claro que ele notaria. Ele percebe tudo, ele e os malditos olhos de lobo.

— Nada.

Minha voz sai tão esganiçada que é como se eu estivesse sugado gás hélio.

Agarrando o exemplar de Em Busca do Tempo Perdido, saio, evitando os olhos de Christian. Ele segue em meus calcanhares. Só quando estou na frente da porta do meu apartamento, percebo que minha bolsa ainda está na lanchonete de Buddy, o que significa que não tenho minhas chaves.

O que significa que vou ter que acordar Ellie.

Suspirando pesadamente, levanto minha mão para tocar a campainha. Antes que eu possa, Christian me pega pelo pulso. A sensação de seus dedos fortes em volta do meu pulso traz à mente a cena do elevador novamente, e eu coro. Profundamente. Olhando para mim, ele murmura: — Eu tenho uma chave.

Tenho certeza de que meu rosto brilhante aumentou a temperatura em, pelo menos, dez graus no corredor, mas nós dois fingimos não perceber.

— Como você tem uma chave?

— Sua colega de quarto me deu a sua cópia.

Eu pisco de surpresa. — Ellie lhe deu sua chave reserva?

— Sim.

— Isso é estranho.

— Ela é uma menina doce.

— Doce? Eu a ouvi ser descrita como abrasiva, intimidadora e assustadoramente inteligente, mas nunca doce. Não sei se estamos falando da mesma pessoa.

Ele abaixa o braço para o lado, levando o meu com ele, mas não solta meu pulso. Sua mão grande ao redor parece reconfortante e distintamente possessiva.

Não acho que o plano dele de ficar longe de mim esteja dando certo.

Olhando para as minhas bochechas coradas, ele diz: — As pessoas tendem a fazer o que eu peço.

— Eu notei isso. O que você disse a ela?

— A verdade.

Eu levanto minhas sobrancelhas. — Qual verdade?

Seus olhos ardem de uma maneira calorosa e com uma escura intensidade. — Que eu precisava disso. Posso abrir a porta agora?

Eu não entendo nada. Hora de desistir de tentar. Meu pobre cérebro precisa de férias. — Sim. Obrigada.

Lobo CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora