Capítulo 16

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ANA

Meu coração bate contra o meu peito. A adrenalina transforma meu sangue em fogo. Além das portas de vaivém, a música ecoa, mas dentro da cozinha é tão silencioso quanto uma tumba.

Até José sibilar violentamente: — Você.

Alarmado com o desrespeito no tom de José, um dos seguranças armados atrás de Christian dá um passo à frente. Quando Christian levanta a mão, ele relutantemente volta ao lugar.

Christian diz: — Não fomos apresentados.

Seu tom é calmo e sua postura é relaxada, mas esses olhos. Meu Deus. Se eu fosse José, já teria desmaiado de terror.

Com a voz trêmula, José diz: — Eu sei quem você é.

— E eu sei quem você é. Mas ainda não fomos apresentados.

Por trás do ombro de José, eu digo: — Ele é meu amigo. O nome dele é José. Não o machuque.

Os olhos de Christian disparam para mim. Um pequeno sorriso levanta os cantos da boca dele.

José retruca: — Não preciso que você peça proteção a ele, Ana.

Christian olha de volta para José. O sorriso dele desaparece. Ele diz: — Não?

Quando José solta minha mão e dá um passo à frente, todos os homens atrás de Christian dão um passo à frente também. Eles formam uma linha formidável atrás dele, encarando-nos com um olhar calmo e sem emoção.

Merda.

Eu ando em torno de José, fico na frente dele e igualo minha postura com a de Christian, cruzando os braços sobre o peito. Com o queixo erguido, olho-o nos olhos e digo cuidadosamente minhas palavras. — Eu disse, ele é meu amigo.

Por um tempo, Christian e eu simplesmente olhamos um para o outro. O silêncio crepita com tensão. Alguns dos guarda-costas ou matadores, ou o que quer que sejam, entreolham-se, sobrancelhas levantadas.

Então Christian diz gentilmente: — Eu sei. Não vou machucá-lo.

— Seus capangas também. Prometa-me.

Agora, seus guarda-costas estão completamente surpresos. Um deles respira fundo. O queixo de outro cai. O resto deles usa expressões que variam de confusão a descrença.

Mas Christian apenas sorri e mantém o tom terno e indulgente quando fala novamente.

— Você tem minha palavra.

— Obrigada.

— De nada.

Seu olhar ardente passa por mim, da cabeça aos pés e depois de volta. — Você gostou do jantar?

— Honestamente? Foi terrível.

— Sinto muito por ouvir isso. Vou ter que falar com o chefe de cozinha.

— E 'falar com' é algum tipo de código para demissão?

— Não.

— Espancamento?

— Não.

— Ameaças?

Os lábios de Christian se contraem. — Não, menina.

— Ótimo. Não quero ser responsável por nenhum caos em relação à sua equipe. A comida não estava boa nem a atmosfera, se você quer saber, mas a culpa não é deles. Eu acho que você teria que falar com a gerência sobre isso.

Lobo CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora