Capítulo 13

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ANA

Confusa, eu respiro: — Você quer que eu...

— Venha morar comigo.

— Por...

— Vinte e oito dias. Então, acabou.

Ele olha para mim com uma intensidade violenta. Uma risadinha incrédula escapa dos meus lábios.

Ele diz: — Eu disse que não mantenho relacionamentos.

— E esta é a sua solução? Um mês de convivência 24 horas por dia, seguido de uma separação permanente? É um pouco drástico, você não acha?

Seu olhar cai na minha boca. Ele rosna: — Eu acho que é a única maneira de nós dois conseguirmos o que queremos sem nenhum dano permanente.

Eu olho para ele. Ele não pode estar falando sério. — Christian. — Eu arqueio as sobrancelhas e deslizo os braços em volta dos seus ombros, achatando as mãos na vasta extensão do peito dele. — E eu sou a mandona?

— Eu preciso saber agora.

— Por quê? Onde é o incêndio?

Por entre os dentes, ele diz: — Não consigo me concentrar em mais nada. Toda vez que te vejo, fica pior. Isto precisa ser resolvido.

— Isto? — Eu digo maliciosamente.

— Nós.

Eu o estudo por um momento, toda sua frustração e impaciência. Eu não sinto um pingo de pena dele, do seu traseiro arrogante.

— Sabe, é assim que é para pessoas normais. O não saber. A incerteza. É com isso que a maioria de nós tem que lidar em relacionamentos o tempo todo.

— Eu não sou a maioria das pessoas, — ele rosna. — E eu não...

— Mantem relacionamentos. Você já disse.

Irritada, eu me afasto dele. Virando as costas, cruzo os braços sobre o peito e encaro minha cama. Por que ele tem que tornar tudo tão intenso?

Sua voz vem muito baixa atrás de mim. — Decida.

Eu rolo meus olhos para o teto. — Você pode me dar um minuto para recuperar o fôlego?

— Não. Decida.

Eu me viro e olho para ele, parado ali fervendo de calor e perigo, como um vulcão prestes a explodir. — Se você quer uma decisão agora, a resposta é não.

Ele fica quieto e olha para mim.

Calor sobe pelo meu pescoço. — Ah, eu vejo. Era uma conclusão óbvia que eu diria que sim, certo?

Ele pressiona os lábios em uma linha fina e não diz nada.

Ainda mais irritada agora, começo a andar pelo comprimento do quarto. É um quarto pequeno, então eu me sinto um pouco ridícula dando meia-volta a cada quatro passos, mas tenho que aliviar um pouco dessa frustração e tensão sexual de alguma forma.

— Eu tenho uma vida, você sabe. Trabalho. Faculdade. Amigos. Não posso simplesmente largar tudo e desaparecer por um mês.

— Eu não disse que você tinha que desaparecer. Você não seria isolada do mundo exterior.

— Você disse 'toda minha, a cada minuto'. Entendi que isso seria acorrentada à sua cama.

Seus olhos ficam excitados. Ele gosta da ideia.

— Não, — diz ele, sua voz rouca. — Eu não estou pedindo que você seja minha escrava.

— Então eu poderia sair?

Lobo CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora