ANA
Confusa, eu respiro: — Você quer que eu...
— Venha morar comigo.
— Por...
— Vinte e oito dias. Então, acabou.
Ele olha para mim com uma intensidade violenta. Uma risadinha incrédula escapa dos meus lábios.
Ele diz: — Eu disse que não mantenho relacionamentos.
— E esta é a sua solução? Um mês de convivência 24 horas por dia, seguido de uma separação permanente? É um pouco drástico, você não acha?
Seu olhar cai na minha boca. Ele rosna: — Eu acho que é a única maneira de nós dois conseguirmos o que queremos sem nenhum dano permanente.
Eu olho para ele. Ele não pode estar falando sério. — Christian. — Eu arqueio as sobrancelhas e deslizo os braços em volta dos seus ombros, achatando as mãos na vasta extensão do peito dele. — E eu sou a mandona?
— Eu preciso saber agora.
— Por quê? Onde é o incêndio?
Por entre os dentes, ele diz: — Não consigo me concentrar em mais nada. Toda vez que te vejo, fica pior. Isto precisa ser resolvido.
— Isto? — Eu digo maliciosamente.
— Nós.
Eu o estudo por um momento, toda sua frustração e impaciência. Eu não sinto um pingo de pena dele, do seu traseiro arrogante.
— Sabe, é assim que é para pessoas normais. O não saber. A incerteza. É com isso que a maioria de nós tem que lidar em relacionamentos o tempo todo.
— Eu não sou a maioria das pessoas, — ele rosna. — E eu não...
— Mantem relacionamentos. Você já disse.
Irritada, eu me afasto dele. Virando as costas, cruzo os braços sobre o peito e encaro minha cama. Por que ele tem que tornar tudo tão intenso?
Sua voz vem muito baixa atrás de mim. — Decida.
Eu rolo meus olhos para o teto. — Você pode me dar um minuto para recuperar o fôlego?
— Não. Decida.
Eu me viro e olho para ele, parado ali fervendo de calor e perigo, como um vulcão prestes a explodir. — Se você quer uma decisão agora, a resposta é não.
Ele fica quieto e olha para mim.
Calor sobe pelo meu pescoço. — Ah, eu vejo. Era uma conclusão óbvia que eu diria que sim, certo?
Ele pressiona os lábios em uma linha fina e não diz nada.
Ainda mais irritada agora, começo a andar pelo comprimento do quarto. É um quarto pequeno, então eu me sinto um pouco ridícula dando meia-volta a cada quatro passos, mas tenho que aliviar um pouco dessa frustração e tensão sexual de alguma forma.
— Eu tenho uma vida, você sabe. Trabalho. Faculdade. Amigos. Não posso simplesmente largar tudo e desaparecer por um mês.
— Eu não disse que você tinha que desaparecer. Você não seria isolada do mundo exterior.
— Você disse 'toda minha, a cada minuto'. Entendi que isso seria acorrentada à sua cama.
Seus olhos ficam excitados. Ele gosta da ideia.
— Não, — diz ele, sua voz rouca. — Eu não estou pedindo que você seja minha escrava.
— Então eu poderia sair?
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Lobo Cruel
RomanceAlfa (substantivo) 1) A mais alta classificação em uma hierarquia de domínio. 2) O homem mais poderoso de um grupo. 3) Christian Grey. Ele era um estranho para mim, uma presença sombria e perigosa que se materializou das sombras em uma noite chuvosa...