Capítulo 11

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ANA

Quando eu entro na sala de estar, Ellie está parada na porta da frente aberta, com os braços cruzados sobre o peito. Ela está sorrindo. Ao redor da porta, no corredor do lado de fora, estão três entregadores segurando buquês de flores gigantescos.

—    Vá em frente, pessoal, — diz Ellie, apontando para o apartamento. — Coloque-os no chão onde puder encontrar um lugar.

Os entregadores passam por ela. Eu estava errada: há seis deles, não três.

—    O que é isso? — Perplexa, eu os vejo colocar buquês pela sala.

—        Entrega para Anastasia Steele. — Um cara alto, vestindo um boné de beisebol com o logotipo da floricultura, coloca um buquê de tulipas na mesa de café, depois se endireita e se vira para mim. — É você?

—   Sim.

Ele segura uma prancheta. — Assine no número cinco, por favor.

Pego a prancheta, olhando ao redor da sala, incrédula.

—   Estes são todos para mim?

Ele aponta o polegar em direção à porta. — Temos outra carga na van.

Rabisco minha assinatura na linha cinco, devolvo a prancheta ao entregador e olho maravilhada para um buquê de rosas compridas. As pétalas são de um vermelho tão escuro e aveludado que são quase pretas. — Eu nunca vi rosas dessa cor antes.

Ele sorri. — Elas são incríveis, não são? É uma variedade híbrida chamada Magia Negra.

Ele aponta para o  buquê  de tulipas que colocou na  mesa de café, um lindo roxo profundo, novamente tão escuro que é quase preto. — Essas tulipas  são  chamadas  de  Rainha  da Noite. — Ele aponta para um arranjo de  lírios  pretos.  —  E esses são chamados de Estrela Negra.

Eu digo fracamente: — Estou detectando um tema.

—    Os lírios são as minhas favoritas, no entanto. — Ele gesticula para um buquê na mesa de jantar. As flores têm caules longos e elegantes, coroados por pétalas com babados extravagantes da cor da meia-noite.

—   Como se chama essa?

—   Antes da tempestade.

Tento não interpretar isso como um mau presságio.

O cara diz: — Estaremos de volta em um minuto com os outros, — e sai andando e assobiando. Os outros caras o seguem, e Ellie se vira da porta.

Ela diz: — Eu lhe disse que o irlandês gostoso era um amante à moda antiga.

—   Pare de parecer tão convencida. Não sabemos ao certo que são dele.

Ela arqueia as sobrancelhas. — Sério? Você tem outro namorado secreto que está escondendo? Porque esses malditos buquês, com certeza, não são de Ty. Oh, espere, aí está o cartão.

Ela cruza para o buquê de rosas Magia Negra e remove um pequeno envelope dourado. Abrindo o envelope com a miniatura, ela retira um cartão branco e o lê em voz alta.

—   Eu preciso ver você. C. — Ela torce o nariz, vira o cartão e depois olha para mim. — A única outra coisa é um número de telefone.

—   Você parece decepcionada.

—   Eu estou desapontada. Eu queria algo mais suculento.

Pego o cartão dela e olho para ele. A letra é pequena, inclinada e precisa. Eu me pergunto se Christian  escreveu  ele mesmo ou se uma das vendedoras da loja fez as honras, mas então eu sinto o menor cheiro de perfume.

Lobo CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora