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MARIA JÚLIA NARRANDO

Sabe aquela sensação de estar sendo observada? Pois é. Estou saindo da boca depois de mais um dia cansativo naquela merda e sinto que estou sendo vigiada. Já olhei ao redor milhões de vezes, mas não vejo ninguém. Eu realmente, estou paranóica. Mas a sensação não me abandona nunca.

Ajeito minha arma na cintura que está escondida por debaixo da minha camiseta.

Sinto meu braço ser puxado, e quando eu ia pegar minha arma vejo o Nicolas me empurrando para um beco.

— Ta louco? Quer me matar? — pergunto.

— Shiu — me beija.

Nicolas segura firme em minha nuca me beijando intensamente.

Desde o dia que ele deixou no ar que talvez estivesse sentindo algo a mais além de sexo, não nós vimos mais. Já faz 2 semanas...

— Estava com saudades — ele diz ao finalizar o beijo com selinhos.

Eu fiquei paralisada lhe encarando.

Merda.

Eu também senti saudades...

Mas ele não precisa saber disso!

— Hum. Você sumiu... — digo mudando de assunto.

— Estava trabalhando muito... — ele diz fazendo um leve carinho em meu rosto — A obra da ong finalizou, enfim, iremos abri-lá.

— Ah que legal! Fico feliz.

— Queria ver de falar com o dono... queria fazer uma festinha de inauguração!

— Você sabe que isso não será possível!

— Por que? Fala pra mim, você sempre está nessa boca aí. Tu conhece o dono né? — ele fala tudo me analisando.

Engulo em seco.

— Se você soubesse quem ele é, teria que morrer. — aviso — Já te mandei o papo várias vezes, esquece isso, você vai acabar se prejudicando por ser curioso.

— Mas pra tratar dessas coisas, eu vou falar com quem? — ele perguntou.

— Palhaço. — respondo tentando me afastar, mas ele me pressiona ainda mais na parede do beco.

— Beleza. — ele cheira me pescoço — Senti saudades do seu cheiro.

— Nicolas — lhe repreendo e ele resmungou um "quê" — Eu preciso ir embora.

Ele se afasta e faz careta.

— Bora me ajudar a arrumar os negócio pra abrir a ong — pede colocando as mãos em minha cintura e faz uma careta estranha ao notar a arma — Isso é uma arma? — pergunta e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele levanta minha camiseta mostrando minha bebezinha. — Por que caralhos, tu anda armada? — pergunta se afastando.

— Nicolas — tento dizer mais ele me corta.

— Você é envolvida? — pergunta — Ou está no comando?

A dona da porra toda (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora