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NICOLAS NARRANDO

Maria Júlia abriu o portão de sua casa me ajudando a entrar na mesma. A casa era bonita, bonita até demais eu diria. Onde ela consegue tanto dinheiro para se manter sem precisar trabalhar?!

— Tira a calça que eu vou pegar a maleta de primeiros socorros — ela diz me ajudando a sentar no sofá. Fiquei lhe olhando por um tempo sorrindo malicioso, ela percebeu e sorriu também — Você leva tudo na malícia!

— Estou brincando! — levanto as mãos em sinal de rendimento.

— Vou buscar os remédios — diz se afastando.

Observo Maria Júlia se afastar, não pude deixar de notar sua bunda que é uma delícia. Espero ela se afastar para que eu observasse com um pouco mais de atenção sua casa.

Ao lado do sofá, havia uma mesinha com um porta retrato, pego o mesmo em minhas mãos vendo a Maria Júlia e o Luan. Que porra é essa?

Levei um choque, não vou negar.

— Quer beber alguma coisa? — ela pergunta se aproximando com a maleta de primeiros socorros em mãos. Eu estou sem reação que mal consigo falar alguma coisa. — O que está vendo? — pergunta.

Só volto para a realidade quando a Maria Júlia puxa de minhas mãos seu porta retrato.

— Muito feio mexer nas coisas alheias — ela me repreende se sentando no chão em minha frente — Não tirou a calça ainda, por quê?

— Não consigo me mexer direito. — minto.

— Vou te ajudar. Será que foi muito feio? — pergunta mordendo o lábio me ajudando a tirar minha calça. — Não foi tão grave, pegou de raspão. — diz mexendo na maleta.

— Quem é o cara da foto? — pergunto.

Maria Julia para de mexer na maleta e olha para o nada pensativa. Ela respira fundo e volta a mexer na maleta me levando a pensar que ela não vai me falar nada do que eu quero saber.

Observo ela a pegar algodão e mais um monte de coisas para limpar meu ferimento.

— Ele é meu ex marido. — conta enquanto limpa meu ferimento — Ele foi morto a alguns meses pela polícia.

Engulo em seco.

— Foi morto como? — pergunto fingindo não saber de nada.

— Ele era dono disso tudo — ela sorri — Morreu em um confronto com a polícia.

— Por isso você odeia tanto a polícia? — pergunto.

— Tenho tantos motivos que não compensa ficar listando aqui. Mas o principal deles, é isso. Eles me roubaram tudo. Luan era tudo pra mim.

— Você sabe que o quê ele fazia não era certo né? A polícia só estava fazendo seu trabalho.

Maria Júlia parou de limpar meu machucado no mesmo segundo e riu irónica.

— O trabalho deles é matar? Você sabe quantas pessoas são mortas por dia vítima de balas perdidas no Rio de Janeiro? — ela questiona. E eu ja tinha minha resposta na ponta da língua, mas preferi o silêncio — Pois é. — ela diz por fim.

A dona da porra toda (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora