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NICOLAS NARRANDO

Estou completamente pobre de palavras nesse momento, então sem rodeios, vou direto ao ponto.

Estou completamente apaixonado por aquela ruiva maldita.

Ela veio com seu jeitinho como se não quisesse porra nenhuma e agora faz morada em meu coração e em minha mente.

Eu não sei o que fazer, estou ferrado.

Já me recriminei inúmeras vezes porque eu não deveria ter deixado isso acontecer. Eu tô no meio de uma missão e eu jamais poderia colocar sentimentos nessa porra.

Mas, eu vou fazer o quê?

Não mandamos na porra do coração.

— Ai, o delegado quer falar com você. — Maicon me avisa se sentando ao meu lado. Respiro fundo terminando de beber minha água — Ta tudo bem? — pergunta.

— Por que não estaria? — lhe encaro.

— Eu te conheço desde quando a gente nasceu, porra. Eu sei que tem alguma coisa te incomodando... é por causa da ruiva? — pergunta.

— Eu tô de boa — me levanto jogando minha garrafinha de água no lixo — Vou lá.

Caminho até a sala do delegado já imaginando porque ele me chamou. Dou duas batidas na porta e ele me autoriza a entrar.

— Nicolas — sorri se levantando.

Adentro a sala dele e aperto sua mão lhe cumprimentando.

— Ricardo — cumprimento.

— Sente - se — aponta para o acento em frente sua mesa — Alguma novidade? — pergunta.

Engulo em seco.

— Nenhuma — minto. Eu não teria coragem de entregar a identidade da Maju para ele, nem pra ninguém, mesmo que isso custe minha carreira.

Não nego o quanto fiquei chocado e impactado com a descoberta que eu fiz. Mas, porra, estamos falando da Maju...

— Sério? — pergunta desconfiado — A ong já ficou pronta. Você precisa descobrir isso o mais rápido possível!

— Eu sei. — suspiro — Eles escondem bem as coisas... ninguém fala nada!

— O Maicon me falou que você estava tendo relação com alguma moradora de lá. Ela não te falou nada?

Aperto minha mão na cadeira. Vou matar o Maicon por ser linguarudo.

— Ela não tem nada haver com isso. — trato logo de dizer e ele me olha desconfiado — Eu conheci ela antes de toda essa missão.

— Espero que você não esteja esquecendo o motivo pelo qual está naquela comunidade! — pontua — Eu confio em você!

— Eu sei. — digo chateado. — Eu quero abandonar essa missão. — falo sem pensar.

Ricardo me olha sorrindo e balança a cabeça negativamente.

— Por qual motivo? — pergunta.

A dona da porra toda (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora