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MARIA JÚLIA NARRANDO

Acordo com meu celular tocando sem parar. Merda. Pode nem dormir mais nessa casa. Me levanto com dificuldade e sinto a cama se mexer olho para o lado e me assusto.

Ai meu Deus, tem um homem na minha camaaaaa!

Calma.

Olho ao redor do quarto e esse não é meu quarto. Misericórdia. A bebedeira de ontem foi foda. Nem lembro de nada do que aconteceu aqui.

Cubro meu corpo nú com o lençol branco e encaro o homem que está me encarando também. Eu não pude deixar de notar o quão lindo ele é. Pelo menos, mesmo embriagada eu continuo tendo bom gosto.

Senhor, eu poderia pelo menos me lembrar da noite passada né?!

— Seu celular não para de tocar — ouço sua voz grossa e rouca de sono, ele aperta os olhos com os dedos. Provavelmente deve estar com a mesma ressaca do que eu.

Continuo em silêncio tentando raciocinar tudo e pego meu celular que estava em cima do criado mudo. Olho no visor do mesmo e vejo o nome do Palhaço estampado ali.

Ele não me deixa em paz.

Reviro os olhos ao ver a ligação cair e ele encher meu celular de mensagens.

Olha o nível das mensagens dele:

WhatsApp on:

Palhaço: Ta dando né Maria Julia?

Palhaço: Por que não atende essa merda de celular filha da puta?

Palhaço: Quando tu chegar em casa vou te arrebentar! Hoje é o grande evento e tu ta ai dando essa buceta pra qualquer um.

Whatsapp off

Abro maior olhão ao me lembrar que hoje eu seria oficialmente a dona da porra toda. Eu assumiria o comando do morro do Alemão.

Me levanto rapidamente pegando minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto. Pego meu vestido e não acho minha calcinha.

Cadê essa calcinha? — pergunto baixo para mim mesma.

— Algum problema? — o moço pergunta se levantando e me dando a visão do seu membro ENORME. Automaticamente me viro de costas ao perceber o tanto que eu sequei seu membro e ele percebeu porque deu um riso de lado. — Ta com vergonha agora? Precisa virar de costa não, tu já viu, sentou, chupou isso tudo aqui. — ele diz rindo na maior cara de pau, mas é um safado mesmo.

Sinto meu rosto queimar de vergonha.

Coloca uma roupa, cara. — digo passando o olho pelo quarto atrás da minha calcinha.

— Prontinho — diz atrás de mim e eu arrepio da cabeça aos pés. — Ta procurando o quê que tanto olha para o quarto?

Minha calcinha — digo baixo — Não acho ela em lugar nenhum. — bufo irritada.

— Você tava de calcinha ontem? — perguntou.

Claro né. Por que eu sairia de casa sem calcinha? Pelo amor de Deus! Mas enfim, não posso perder tempo, vou sem mesmo. — digo vestindo meu vestido rapidamente.

A dona da porra toda (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora