MARIA JÚLIA NARRANDO
Desço as escadas e como eu imaginava Palhaço estava lá largado no sofá me esperando. Ele estava lindo como sempre. Calça jeans lavagem clara, camisa branca da Lacoste e um tênis branco. Tinha também seus cordões de ouro. E ele estava muito cheiroso, de longe dava para sentir seu perfume.
Com o barulho que meu salto fazia enquanto eu descia a escada Palhaço levantou e me olhou ficando boquiaberto.
— Caralho — diz sem piscar — tu ta linda demais mulher. — se aproxima de mim.
— Você também está lindo. Toda essa produção é pra quem? — pergunto lhe encarando.
— Se eu falar que é pra você vou estar mentindo — rimos — Mas quem sabe eu não arrumo minha cara metade hoje?
— Você mente tão mal — digo rindo —Estamos cansados de saber que você não quer se enrolar com ninguém e agora já está falando em cara metade? Mente demais cara.
— Me deixa — resmunga — Bora?
— Posso desistir?
Palhaço me encara bravo.
— Claro que não.
Rimos.
— Vamos — digo saindo de casa.
Palhaço veio de carro e eu agradeci mentalmente por isso. A quadra era bem perto da minha casa mas não tinha condição de ir andando com esse salto do tamanho do mundo. Entramos no carro e palhaço deu partida no mesmo indo até a quadra.
Hoje era um daqueles dias que já esperávamos que estivesse lotada mas por conta do "evento especial" a quadra estava com 3X mais do que costumaria estar. Tinha gente de todos os morros aliados. Pessoas importante da facção.
Palhaço estacionou o carro e descemos indo até a entrada da quadra. Todos abriam espaço para que pudéssemos passar. Fomos diretamente para o camarote aonde ja tinha alguns parceiros e aliados.
Cumprimentei algumas pessoas e me sentei com o palhaço ao meu lado.
— Quer beber o quê? — pergunta no meu ouvido por conta da música alta.
— Vodka com energético — digo olhando o baile.
Palhaço assentiu e foi buscar nossas bebidas.
— Olha se não é a patroa — diz um homem que eu nunca vi na vida. Não respondo apenas lhe encaro esperando que ele fale mais alguma coisa mas ele não fala nada.
— Aqui — me entrega minha bebida — Boa, morte — cumprimenta o cara que puxou papo comigo mas não respondi.
— Fala parceiro — diz o tal morte fazendo toque com o Palhaço — A mina ai fala não? — pergunta se referindo a mim.
— Ela é mais reservada — diz me dando um leve empurrão. Não entendi. — Maju esse é o Morte chefe da facção.
Engasgo com minha bebida.
— Oi — sorri toda sem graça. Eu ignorei o todo poderoso chefão de todas as comunidades. Socorro Deus.

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A dona da porra toda (PAUSADA)
RomanceMaria Julia mais conhecida como Maju teve uma das maiores perdas que alguém poderia ter. Perdeu seu amor, seu melhor amigo, perdeu seu tudo. E antes dele partir deixou uma missão para sua amada. Assumir o comando do alemão. Ela não queria, não era...