MARIA JULIA NARRANDO
Sextou, dia de baile na favela.
E aqui estou eu, descendo a raba no chão do camarote com um copo de vodka com energético na mão.
Até perdi as contas de quantos copo bebi, só sei que estou até meio tonta por conta da bebedeira.
Balanço minha raba como se não houvesse o amanhã, mal sinto meus pés, estão até dormentes.
Sinto uma puta vontade de fazer xixi, que merda, mas sim, quando bebo faço xixi toda hora.
Coloco meu copo térmico em cima da mesa que estava sentada com o palhaço e vou em direção ao banheiro que tem aqui no camarote.
Dou duas batidas para "checar" se não tem ninguém.
— Ta ocupado. — ouço a voz do palhaço.
— Mais rápido! — uma voz feminina diz de dentro do banheiro.
Sim. Palhaço está com uma mulher lá dentro.
Reviro os olhos irritada. Uma puta vontade de ir ao banheiro e tem gente transando nele.
Saio dali pisando duro, vontade de derrubar aquela porta do banheiro no chute.
Saio do camarote e vou até o banheiro da pista que está numa fila quilométrica. Eu poderia passar na frente? Poderia. Mas não acho "justo".
Saio da quadra procurando um lugar escuro onde eu posso esvaziar minha bexiga.
— Oi — ouço uma voz masculina atrás de mim. Me viro de frente para a pessoa e vejo Nicolas ali. E porra, ele está mais gostoso do que da última vez que lhe vi.
— Oi. — sorrio.
— O que faz aqui sozinha? — pergunta.
— Eu preciso muito ir ao banheiro. — resmungo.
— Minha casa fica na rua de cima, quer ir lá? — pergunta.
— Não. Eu vou achar um lugar escuro onde ninguém me veja. — respondo olhando ao redor procurando um lugar.
— Isso é nojento. — ele faz uma careta.
Quem nunca fez xixi assim gente?
— Quem nunca? — pergunto e ele ri negando com a cabeça.
— Fica me dando cobertura — peço.
— Na moral, vamos lá na minha casa e tu faz o que tem que fazer. Pode pegar uma bactéria ai — aponta pra mim.
Eu não queria ir, não mesmo. Sei bem o que poderia acontecer depois. Mas, quando me dei conta já estava adentrando a casa dele.
— Fica a vontade! — diz colocando a chave de seu carro sobre a mesa — Não repara na bagunça. Ainda não tive tempo de organizar as coisas da mudança.
— Você não viu meu guarda roupa ainda. — falo rindo — Ainda mais dia de baile, eu faço uma bagunça, não sei como consigo essa proeza.

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A dona da porra toda (PAUSADA)
RomanceMaria Julia mais conhecida como Maju teve uma das maiores perdas que alguém poderia ter. Perdeu seu amor, seu melhor amigo, perdeu seu tudo. E antes dele partir deixou uma missão para sua amada. Assumir o comando do alemão. Ela não queria, não era...