ten.

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Jihyo's pov 

Eu sei que estava sendo um dia horrível, sei que eu estava fazendo um inferno na vida de todos, que estou sendo horrível, que estou sendo cruel e chata. 

Mas eu posso fazer isso, eu tenho todo o direito de estar assim, afinal, eu sou a chefe, se não querem trabalhar direito darei o incentivo certo, podem até me odiar, mas se o trabalho estiver certo vai valer a pena.

Mas claro, era claro que não era só isso... 

Não é fácil, simplesmente não é fácil fazer tudo sozinha, esse trabalho é exaustivo e sem fim. Eu não dormi na noite passada, fiquei no escritório que tenho em minha casa, e ainda tinha muita coisa que eu precisava arrumar, muita coisa sobre essa droga dessa festa que eu precisava dar um jeito para que fique pronto hoje. Só tenho hoje, e ainda por cima, tenho muito trabalho. Era como se eu sentisse o peso do trabalho em meus ombros tentando me esmagar.

E hoje... Hoje é o aniversário do meu pai, bom era para ser seu aniversário, deveria ser se ele estivesse aqui, se estivesse vivo. Mas ele não está, ele está morto. Eu nunca... Nunca vou poder vê-lo de novo.

É muita coisa, coisa demais para mim, coisas demais em minha mente.

Mas como eu disse, hoje eu tenho todo o direito de ser cruel. Eu mais do que qualquer um posso ser cruel quando quiser.

Estou tentando ao máximo, estou dando o meu máximo para não pensar nisso. Eu não quero pensar em nada, quero minha mente vazia, quero focar em meu trabalho, queria poder selecionar os pensamentos que quero ter e jogar fora todos os pensamentos inúteis que me deixam assim.

Tenho que arrumar tudo hoje, eu tenho que arrumar tudo hoje, eu... 

Eu olho para a mesa de Sana, está vazia, ela não chegou, são quase uma da tarde, e ela ainda não voltou. 

E eu... Parece que não consigo ter uma conversa com ela sem... Sem me sentir atraída, não consigo conversar com ela sem reparar em tudo, sem encará-la.

É muita coisa, é muita coisa ao mesmo tempo em minha mente, eu não aguento isso, estou prestes a explodir. 

Sei que meio que estou evitando ela desde ontem, mas eu não posso, não vou me dar ao luxo de fantasiar qualquer coisa com ela, estou atolada em trabalho, e também pensar nela desse jeito é errado, tudo que eu fiz até agora, todos os pensamentos que tive foram errados.

Não foram?

Abro minha gaveta, terceira gaveta à direita, a gaveta de remédios, minha cabeça estava explodindo, e minha barriga doía. 

Pego um deles, um dos remédios, me levanto e vou até o uma pequena mesa em minha sala, tinha uma garrafa d'água, provavelmente está quente, nem lembro quando coloquei ela ali, nao me importo, apenas abro e tomo o líquido engolindo o remédio junto. 

Volto para minha mesa, arrumo alguns papéis importantes, contratos dessa festa óbvio. Mas... Tem algo que parece me puxar, puxar meu olhar, queria ver se talvez ela já estava lá.

Quero olhar de novo, olhar para mesa dela, e eu faço isso, e ela não está lá, ela ainda não está lá, Sana não estava em sua mesa, olho para o computador, já passa das uma, onde ela se meteu? Cadê minha secretária? 

Barulho, passos, pesados, alguém batendo o pé no chão e entrando em minha sala sem nem ao menos bater na porta ou pedir. 

Claro que é ela, Chaeyoung, sem respeito nenhum batendo minha porta caríssima de vidro. 

O que ela está fazendo aqui? Ela se joga em meu sofá como se estivesse em casa, parece de mau humor, ela tira seu sobretudo e deixa totalmente jogado na minha mesinha em frente ao sofá. 

Cruel ⋆ sahyo Onde histórias criam vida. Descubra agora