forty three.

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Sana's pov

Nenhuma palavra. Jihyo não tinha falado nada sobre o assunto, eu não sei muito sobre o que aconteceu, então eu não faço ideia de como conversar com ela.

Nós jantamos no escritório, foi silencioso, Jihyo apenas pediu a comida que eu gosto e me chamou para sua sala, nos sentamos juntas no sofá e jantamos em completo silêncio, seu rosto eu… Eu odiava vê-la daquela forma, o olhar meio perdido, ela não dizia nada e eu queria ouvir algo, queria poder dizer algo que fizesse ela se sentir melhor.

Depois do jantar ela pegou sua bolsa, já estava tarde e o andar estava todo vazio, então ela estendeu a mão para mim, eu segurei sua mão imediatamente, ela pegou minha bolsa na mesa e me guiou até o elevador. O estacionamento estava vazio quando chegamos, então ela continuou segurando a minha mão até irmos ao carro.

Porém, ela fez algo que não costuma fazer.

- Você pode dirigir hoje? Eu estou cansada.

- Claro, é claro que eu dirijo. - Ela me entregou as chaves e entrou no carro,  eu dei a volta e fiz o mesmo saindo do estacionamento do prédio.

Jihyo abriu a janela do carro e deixou que a brisa fria entrasse, ela ficou olhando para a janela o tempo todo, olhava os carros, os prédios, as pessoas. Ela suspirava algumas vezes, por isso eu sabia que ela estava pensando, provavelmente pensando em muitas coisas nesse momento.

Nós chegamos em minha casa depois de vinte minutos no carro, quando entramos no elevador Jihyo segurou minha mão novamente, eu a apertei e fiz um carinho com o polegar,  quando chegamos ao meu apartamento, ela me soltou.

- Preciso de um banho. - Ela disse deixando sua bolsa na mesa e indo em direção ao banheiro.

Como ela usou o banheiro do meu quarto, eu pequei uma muda de roupas e tomei banho no banheiro do corredor. Eu acabei antes, ela ainda estava lá quando eu saí, conseguia ouvir o barulho da água caindo. Então me deitei na cama e liguei a TV esperando por ela.

Demora alguns minutos, Jihyo sai do banheiro usando uma blusa rosa, uma blusa minha, ela é enorme e eu nunca a uso por isso. Ela estava de cabeça baixa, não conseguia ver que expressão estava em seu rosto. Ela caminhou até a cama depois engatinhou sobre ela até o meu lado.

Primeiro ela deitou a cabeça em meu peito, depois ela envolveu minha cintura e quando estava acomodada respirou fundo. Eu a envolvi, uma de minhas mãos estava em sua cintura e a outra acariciava o topo da sua cabeça.

- Eu sou adotada, Sana… - Ela diz em um tom baixo, eu definitivamente não esperava ouvir isso. - Meu pai me adotou quando minha mãe morreu, e ele fez isso porque a minha mãe trabalhava na casa dele, trabalhou por grande parte da vida, ele decidiu fazer isso como um favor. Mas ele dizia que quando me viu ficou encantado por mim, então aquilo não seria apenas um favor, ele me criaria como a filha dele. Quando eu já tinha idade o suficiente para entender ele me contou que não era meu pai biológico.

- Isso foi um choque para você?

- Não… Não foi um choque porque eu nunca… Nunca me senti parte daquele lugar e eu sempre me perguntei o porquê ela me odiava tanto se eu supostamente deveria ser sua filha…

Jihyo começa a falar, mas para, eu levo minha mão a suas costas e a acaricio para ela saber que eu estou aqui, que estou escutando. Ela suspira e volta a dizer.

- Um dia eu me dei conta, sabe? Eu percebi que ela nunca seria minha mãe.

- Quando percebeu isso? - Eu continuei com as perguntas, Jihyo estava aberta a me dizer tudo e eu quero saber tudo, quero ouvir tudo que tem para me dizer.

Cruel ⋆ sahyo Onde histórias criam vida. Descubra agora