seventeen.

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Sana's pov

Meu erro foi enorme ao deixar com que Miyeon subisse, e agora eu notei isso de forma clara. Eu realmente quebrei uma das regras da minha própria chefe por conta da minha ingenuidade estúpida. Agora fico até um pouco surpresa, Park nem brigou tanto comigo como deveria, eu merecia algo bem pior do que isso. 

E ela deixou escapar... Deixou escapar algo sobre seu marido... Algo que talvez eu não devesse saber.

Sua expressão quando as palavras saíram da sua boca... Quando ela confessou, eu conseguia ver claramente o arrependimento em seus olhos, a dor em suas palavras... 

Eu me sinto péssima, péssima por tê-la feito relembrar de algo ruim. Ele fez isso... Enganou ela... Ele...

Ele é um completo filho da puta. 

Eu fiquei com muita raiva, naquele momento queria poder confortá-la, mas não sei se minha atitude seria bem recebida. O primeiro pensamento que veio em minha cabeça foi o quanto eu queria abraçá-la.

Quem faz algo assim com ela? 

Ela simplesmente mudou totalmente seu comportamento ao citá-lo, notei que se afastou de mim e sua voz ganhou um tom diferente, mais baixo, triste talvez. Eu percebi, percebi que ela não queria olhar para o meu rosto enquanto falava dele, o jeito que suas costas estavam enrijecidas quando a toquei. Mas por alguns segundos ela relaxou e pegou minha mão. 

Minha real intenção não era fazer isso, mas eu não posso simplesmente abraçá-la, não era como se a situação pedisse um abraço, mas tudo o que eu queria naquele momento era segurá-la de alguma forma... Porém, tudo que eu pude fazer foi tocar seu ombro. 

Me sinto patética, me sinto estúpida e idiota quando se trata dela. É como se eu tivesse voltado para minha adolescência, sendo completamente boba por alguém que não deveria.

Momo estava meio certa, não é como se eu ainda a odisse com todas as minhas forças mas sinto como se isso estivesse passando, como se estivesse se desfazendo. 

"Por favor, Sana... Por favor, não cometa mais erros assim." 

Eu não vou. Não quero cometer mais erro nenhum.

Essa frase foi como uma facada em meu corpo, Jihyo tem apenas vinte seis anos, e cuida de tudo isso sozinha, eu não faço nem ideia do quanto isso deve ser difícil, e mesmo assim ela está lá todos os dias de pé fazendo seu trabalho. Eu não culpo seu humor, eu entendo ele. 

Eu entendo a minha chefe, minha chefe Park Jihyo, a Ceo da empresa. 

Mas eu também quero entender aquela mulher, a mulher que me beijou no banheiro, a mulher que disse que não deixa nada inacabado. 

Foi tudo isso, minha mente agora pensa nisso a cada segundo. Depois que saí da empresa, tive que me forçar a pensar em Miyeon, tentei focar no que ela dizia, mas era simplesmente impossível, era impossível focar nela sendo que Jihyo não saia da minha mente.

Eu não sou esse tipo de pessoa que se incomoda ao ouvir outra falando, eu sou uma boa amiga que escuta tudo atentamente e faz comentários quando necessário. 

Mas a cada palavra que Miyeon dizia eu só sentia vontade de sair correndo. O que é bem estranho, Miyeon é linda, fofa e gentil, mas... 

Eu simplesmente não conseguia prestar atenção em nada. 

Quando saimos de lá, Miyeon insistiu em dividir uma bebida comigo, por mais que eu não quisesse, a esse ponto eu só estava sorrindo e concordando com a cabeça para tudo que ela falava. 

Então começamos a caminhar pelas ruas, eu ainda tinha tempo, estava tudo bem andar um pouco. Mas aí ela decidiu me abraçar, andar em uma rua cheia de pessoas passando e ainda por cima ter que abraçar alguém, estava exigindo muito da minha atenção. 

Cruel ⋆ sahyo Onde histórias criam vida. Descubra agora