Cruel ⋆ sahyo

twelve.

jihyo's pov

Eu achei que teria uma noite normal de sono, eu estava completamente exausta, completamente cansada, achei que assim que deitasse em minha cama conseguiria dormir sem problemas, achei que apagaria facilmente.

Eu estava bem errada na verdade. 

Não conseguia dormir, não depois do que ela disse. Sempre que fechava os olhos eu ouvia sua voz. 

"Você vai me mostrar?" 

Minha secretária era tão maluca e estúpida quanto eu. 

Ela me deixou tão surpresa... Ela me deixou tão...

Eu apenas mudei de assunto. 

Inventei uma lista que nem ao menos existia só para que ela parasse de me olhar daquele jeito. A ponta dos seus dedos deslizaram na minha perna enquanto ela falava e tudo que eu fiz foi me afastar, não podia, não naquele momento.

"Quero conhecer sua crueldade Srta. Park." 

Quem ela pensa que é para falar comigo desse jeito? Eu devia ter demitido ela, isso quase me fez perder o controle, eu não posso me descontrolar com ela.

Minatozaki Sana era problema, um problema para mim, um grande problema que me parecia tão bom, tão atrativo.

Não consegui dormir direito então tomei um remédio apenas para apagar. Mas mesmo assim acordei cedo demais, sem motivos. E como ficar em casa estava me enlouquecendo, eu vim correr. Isso é bem irônico para mim, porque na verdade eu tenho uma academia só para mim em casa, poderia treinar lá para me distrair, mas não, Park Jihyo não consegue ficar sozinha sem imaginar coisas impróprias com sua secretária. 

Não consegue ficar sozinha sem se imaginar com ela.

Por isso vim para um dos lugares que sempre estão cheios, tem geralmente muitas pessoas correndo e se exercitando por aqui. 

Quando estou em público eu sinto vergonha, vergonha de pensar nela dessa forma, então era por isso que eu estava aqui, se ficasse em casa por mais tempo iria acabar pensando demais. Iria acabar pensando nela. 

O que eu estava pensando quando levei ela para lá? Para aquele salão idiota.

Eu estava trancada naquele escritório depois de tanto trabalho e acabei bebendo alguns copos de whisky puro, então quando eu estava saindo eu ouvi o que Momo disse, acabei ficando obcecada por isso, precisava saber o que Sana tinha dito, ela tinha falado de mim, precisava ficar sozinha com ela. Não era minha intenção provocá-la daquele jeito, mas eu já estava lá, e isso... Isso me fazia esquecer tudo, eu gosto de provocá-la, queria ela por perto, naquele momento eu queria ela até perto demais. Mas como sempre uma luz se acende na minha cabeça mandando eu me afastar e parar. 

Vou colocar a culpa na bebida. 

Eu estava correndo tanto, tanto, mesmo em público não parava de pensar nela, não deu certo, nem a vergonha pelos meus próprios pensamentos me fazia parar. 

Acho que eu estava tentando correr desse sentimento, tentando correr dela, porém não estava dando em nada, não estava tendo resultado nenhum.

Paro, paro de correr, minhas pernas estão doendo e meus joelho tremem. 

Acho que corri demais, fui longe demais e não consegui fugir de nada. Tudo ainda estava aqui, tudo ainda estava em minha mente.

Hora de voltar para casa. 

⋆⋆⋆ 

Estou em minha casa de novo, sozinha, e agora estou uma pilha de nervos, e ainda faltava três horas para a festa, já fiz tantas ligações, já confirmei tanta coisa, tive que reorganizar tanta coisa, não era para ser difícil assim, não era para eu estar sozinha nesse trabalho exaustivo, eu sinceramente estou tão exausta desse trabalho, dessa vida, eu quero que o dia de hoje acabe o mais rápido possível, espero que dê tudo certo nessa festa beneficente, espero que eu não tenha problemas.