fourteen.

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Jihyo's pov

Saio do banheiro cambaleando pelo salão, não acredito no que acabei de fazer, não acredito que tive coragem de fazer isso com ela. Foi como uma necessidade, eu precisava dela, precisava beijá-la, precisava saber como seria se pela primeira vez eu fizesse algo que quero. Algo que eu realmente quero.

E eu realmente queria ela.

E foi demais, foi bom demais, Sana era boa demais. 

Ponho minha mão em meus lábios, eu beijei ela, beijei Sana. 

E foi tão bom... Foi tão bom beijá-la, foi tão bom sentir suas mãos em mim, foi tão bom senti-la, segurá-la daquela forma, e tocar seu corpo... 

Mas é claro que alguém tinha que me tirar do paraíso para me jogar no inferno, e é claro que essa pessoa tinha que ser Nayeon. 

Eu só queria poder ter um pouco de paz, queria ter algo bom por alguns minutos antes que tudo em minha volta desmoronasse, eu não estava no clima para conversar com meu irmão, muito menos para conversar com o babaca do Eunwoo. Não queria encontrar nenhum deles, se pudesse sairia correndo desse lugar agora mesmo, nem quando estou fazendo algo em homenagem ao meu pai posso ter um alívio? Não posso ter um segundo de calma e paz? 

Isso é injusto demais. 

Avanço entre os convidados, passo sorrindo, como se estivesse bem, como se nada estivesse me incomodando, tento meu melhor sorriso, tento parecer feliz, mostro para todos uma máscara, uso ela faz tempo, para os outros eu estou sempre bem, sempre feliz. Mas para mim? Eu estou sozinha dentro da minha cabeça, cercada de pesadelos, aprisionada em pensamentos. 

Vejo um garçom, ele segura uma bandeja com apenas uma taça de vinho, ser uniforme está perfeitamente alinhado, sua postura é excelente, ele sorri para os convidados quando passa, parece calmo e alerta, o óculos prata que ele usa faz com que ele pareça esperto também. Ele para em minha frente, abre um pequeno sorriso e erguendo um pouco a bandeja. 

— Deseja um pouco de vinho Srta. Park? Esse é aquele vinho especial que pediu da safra de dois mil e quatro. — Ele agora, parece um pouco nervoso pelo fato de que eu estava o avaliando com tanto cuidado. 

Eu faço isso as vezes, me atento a detalhes simples, avalio tudo com calma para me distrair. 

Levanto a mão e pego a taça. 

— Você é bom em seu trabalho... — Ele abre um pequeno sorriso abaixando a bandeja. 

— Agradeço por me dizer isso chefe Park. — "Chefe park" nunca parece soar bem para mim. 

— Vou te dar um novo trabalho nessa festa, sempre que meu copo estiver vazio, você vai me trazer um novo, entendeu? 

— Quer que eu deixe meu posto Srta. Park? 

— Sim, foi exatamente o que eu disse. — Eu finalmente provo o vinho, perfeito, essa era a palavra, vou beber isso até o fim dessa noite, assim quando chegar em casa minha única opção será dormir. 

— Mas o meu chefe... 

— Preste bastante atenção no que eu vou dizer, eu sou sua chefe, eu sou a chefe do seu chefe, todos aqui obedecem a mim, não me contrarie, apenas faça o que eu pedi, fique em algum lugar desse salão, quando meu copo estiver vazio traga outro. Entendeu? 

Ele fica quieto, abaixa a cabeça concordando, mais eu não gosto disso, eu quero uma confirmação. 

— Você me entendeu? 

— Sim, chefe Park. 

— Ótimo, agora saia, não fique no meio do salão. 

Então ele apenas sai, caminha até uma das paredes do salão e se encosta nela. Eu levanto um pouco a taça e curvo a cabeça, na intenção de avisá-lo mais uma vez, ele também faz o mesmo com sua cabeça e da um sorriso forçado. Ótimo. 

Cruel ⋆ sahyo Onde histórias criam vida. Descubra agora