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{Lua}

Comi o almoço, minha mãe foi encontrar algumas amigas, eu resolvi catar meus um mil reais, minha mochila e meter o pé daqui, mas só vou fazer isso amanhã, escondi a mochila embaixo da cama e fui fazer a janta antes que minha mãe chegue.

Descasquei alho, coloquei na panela e soquei o mesmo, coloquei óleo, lavei o arroz e esperei o alho dourar, joguei o arroz e logo depois a água, fui para o filé de peito, temperei com sal e outros temperos a gosto, coloquei 3 dentes de alho, coloquei um pingo de óleo na frigideira e esperei esquentar, coloquei os filés de peitos e deixei fritar, comecei a lavar o alface e o tomate, cebola tbm e cortei tudo, coloquei na vasilha e fui temperar o feijão, deixei descongelando em cima da pia, descasquei alho e coloquei na panela junto ao óleo, esperei dourar e coloquei o feijão, coloquei sal, água e duas folhinhas de hortelã.

Preparei um suco de laranja da fruta e fui tomar um banho, passei meu óleo corporal de cereja, passei meu creme de corpo e sai do banheiro, coloquei minha roupa e ouvi alguém entrar no meu quarto.

Rebeca: Pq não fez o frango? - Franzi a sobrancelha - Preferiu fazer do seu jeito é, agora é assim, Você vai se mandar?!
Lua: Você está arrumando problema até com a comida que eu faço, se você não gosta de mim pq fica nessa comigo? - Ela jogou a cabeça para o lado
Rebeca: Você é minha responsabilidade, sou eu quem mando aqui, se não gostou a porta é a cerventia da casa, você mora embaixo do meu teto, me obedeça e terá um lugar para morar
Lua: Então eu saio, aqui eu não tenho liberdade, você só sabe reclamar e me julgar
Rebeca: Como é que é?

Ela saiu do quarto e eu respirei aliviada, mas o alívio logo se foi, minha mãe entrou no quarto com o chicote na mão, a primeira chicotada foi no meu rosto, cuspi sangue na hora, meu nariz começou a doer, mas logo veio outra chicotada, depois várias seguidas, braços, coxas, costas, rosto, eu chorei pedindo para ela parar, gritei, implorei e ela só sabia me olhar com raiva, já sentia tudo dormente, meu corpo todo, senti tudo girar, minha vista escurecer e eu apaguei...

{2 anos depois}


Acordei com uma luz super forte no meu rosto, pisquei diversas vezes até me acostumar com a claridade.

Enfermeira: Boa tarde senhorita Lua, como está se sentindo? - Pisquei mais algumas vezes até perceber que eu estou em um hospital
Lua: Ag.. água - Ela saiu do quarto e eu olhei em volta
Enfermeira: Aqui, beba tudo - Apareceu que eu não bebo água a décadas - Podemos conversar agora?
Lua: Sobre oq? - Estranhei
Enfermeira: Você é menor de idade certo? A polícia quer saber oq aconteceu com você, você não teve nenhum acompanhante durante os 2 anos que passou aqui..
Lua: QUE... 2 ANOS?? - Ela concordou
Enfermeira: Sim, só apareceu uma mulher dizendo que é pra você passar na casa dela, se você acordasse do coma
Lua: Nome por favor?
Enfermeira: Senhora Rebeca, Ela disse que você a conhece

Concordei com a cabeça, meu corpo dói em todos os lugares possíveis, me sentei e a médica entrou, me examinou e me disse que eu ficaria mais alguns dias de observação.

Quando eu voltei para o quarto um policial entrou chamando pelo meu nome.

Tive que conversar com o policial, falei tudo oq tinha pra dizer, contei tudo e mais um pouco, ele pegou meu depoimento e perguntou se eu tinha alguém para morar, inventei que morava sozinha antes de ficar em coma, ele entendeu e falou que iria cmg até a casa para ver como eu vivia assim que saísse do hospital.

A enfermeira voltou e me explicou o meu caso, ela me falou que eu sofri muitos ferimentos, duas costelas quebradas, quase rompi um ligamento do ombro, perdi 30% do meu olfato e perdi muito sangue.

Ela me disse que eu cheguei desacordada e toda ensanguentada, saia sangue do meu nariz, da minha boca, de um corte fundo no meu quadril, minhas costas estavam roxas e quem me trouxe foi um Uber.

Fiquei chateada, minha mãe não teve consideração nem para me trazer ao hospital, eu só queria carinho da parte de alguém, eu nunca tive isso.


{Deixem estrelinhas}




Novinha do DonoOnde histórias criam vida. Descubra agora